A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) foi palco, na última quarta-feira (23), de uma audiência pública organizada pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT) para tratar da situação do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas). As demandas dos servidores e a alta dívida do Instituto foram temas centrais da discussão.
Além do parlamentar, estiveram entre os presentes na audiência o presidente do Imas, Paulo Henrique Rodrigues; o ex-secretário de Finanças da Prefeitura de Goiânia e ex-presidente do Ipasgo Saúde, Jeovalter Correia; o representante do Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed), Antônio Gonçalves Rocha Júnior; e o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO), Aliandro Paulo de Jesus. Convidado, o prefeito Sandro Mabel (União Brasil) não compareceu ao evento.
Logo no início, Paulo Henrique garantiu que a reestruturação do instituto tem sido discutida com o Paço e será concretizada em um projeto de lei que, segundo o presidente do Imas, estaria pronto. Faltam apenas “adequações que serão discutidas com o prefeito Sandro Mabel” e que, após o recesso parlamentar, em agosto, o projeto será enviado ao parlamento goianiense.
Em resposta, Rubem pediu o comprometimento do chefe do Imas em discutir o projeto com o conjunto de servidores. “A administração precisa ter uma proposta. O que nós queremos é que essa proposta seja construída de maior integração com os diretamente interessados”, disse o parlamentar.
No entanto, Paulo considerou a sugestão inviável e destacou que se trata de uma ordem de Mabel. “Um projeto de lei precisa ser debatido na Câmara Municipal. Não tem como a gente discutir o projeto antes de fazer o envio. Precisamos promover algo que vai, de fato, resolver as pendências do Imas e o lugar para se debater isso é a Câmara. Todos podem dar sua contribuição, mas lá dentro”, afirmou.
Ao defender a participação dos servidores no projeto, Mauro rebateu a declaração e disse que, quando os projetos tratam dos interesses do empresariado, não é essa a postura adotada pela prefeitura. “Nesses casos, se discute profundamente com os empresários. É discutido cada detalhe com os empresários e a proposta só é enviada quando eles estão de acordo”, disparou o parlamentar. “Acho equivocado a administração perder a oportunidade de ouvir os interessados diretamente”, concluiu o petista.
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Estratégias
Jeovalter Correia apresentou indicadores financeiros preocupantes do instituto. Segundo o ex-secretário de Finanças, a receita anual do Imas é de R$ 185 milhões, enquanto as despesas estão em R$ 250 milhões, o que gera um déficit anual de R$ 65 milhões.
Correia lembrou que, atualmente, a dívida do Imas está em torno de R$ 250 milhões, ao considerar a soma dos déficits mensais e o valor da dívida que consta no relatório de transição da antiga gestão para a atual — que era de R$ 226 milhões. Além disso, o presidente do Imas citou que existem débitos de 2021 com prestadores de serviço. “Não pagou em 2021, 2024 e 2023 está na metade”, disse Paulo.
Entre as estratégias sugeridas, Jeovalter recomendou a renegociação da dívida e que a prefeitura assuma o compromisso de repassar os recursos aos prestadores de serviço. “Não é possível reestruturar um plano sem renegociar essa dívida. A prefeitura precisa, urgentemente, chamar a responsabilidade para si. O prefeito está devendo, claro que ainda são só seis meses de governo, mas ele prometeu que o Imas seria prioridade”, disse o ex-secretário.
Jeovalter afirmou que é necessário resgatar a credibilidade do Imas. “Sem renegociar a dívida, não se monta uma rede credenciada para resolver os problemas”, pontuou. (Especial para O Hoje)
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