Para Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, grande parte do êxito da investigação sobre os atos golpistas, que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus em setembro, deveu-se ao uso de ferramentas digitais. Citado como um dos possíveis alvos futuros de restrição de vistos pelo governo Donald Trump, Rodrigues disse, em entrevista à Folha, que o momento de tentativa de interferências no Brasil “há de passar” e que “tresloucados brasileiros” no exterior não intimidarão a PF.
Andrei está em Lisboa para participar, nesta sexta-feira (3), do 2º Fórum Futuro da Tributação, onde falará sobre o uso da tecnologia na atividade policial. Questionado sobre uma possível retaliação dos EUA, como a sofrida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Rodrigues preferiu minimizar a importância do assunto.
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“Esse é um momento que há de passar, de um outro país achar que pode intervir em questões internas do Brasil. Ou de tresloucados brasileiros que viajam para o exterior acreditando que irão ameaçar ou intimidar e que com isso irão fazer com que a gente deixe de cumprir nosso papel”, afirmou, sem citar o nome do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o do influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo, neto do último presidente da ditadura militar (1964-1985), João Figueiredo.
O chefe da PF também rebateu críticas de que as conclusões da investigação se basearam excessivamente na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator da trama golpista. (Especial para O HOJE)