Com o fim do ano se aproximando, uma das maiores preocupações das famílias goianienses volta à pauta: o valor das mensalidades escolares. Para ajudar pais e responsáveis a comparar preços e identificar abusos, o Procon Goiás realizou uma ampla pesquisa entre os dias 27 e 31 de outubro, analisando 44 colégios particulares da capital.
O levantamento apontou diferenças em mensalidades escolaresque ultrapassam 100% entre escolas localizadas em uma mesma região. A maior variação foi registrada na 3ª série do ensino médio, em colégios da região norte, onde os valores mensais vão de R$ 1.324,00 a R$ 3.292,01 — uma diferença de 148,64%.
Na mesma área, as mensalidades escolares do Maternal II também chamaram atenção: os preços variaram entre R$ 836,00 e R$ 2.055,00, diferença de 145%.
Diferenças em todas as regiões
Na região centro-oeste, a maior oscilação foi observada no 9º ano do ensino fundamental, com mensalidades que vão de R$ 1.657,15 a R$ 3.255,00, uma diferença de 104,84%.
Na região sul, o destaque foi a 1ª série do ensino médio, com valores entre R$ 2.068,00 e R$ 4.200,00 — uma variação de pouco mais de 103%.
Já na região sudoeste, a maior diferença foi de 87,28%, observada na 5ª série do fundamental, onde as mensalidades vão de R$ 1.194,00 a R$ 2.237,00.
O Procon também avaliou escolas bilíngues, todas localizadas no Setor Marista. Nesse grupo, a maior variação nas mensalidades escolares foi registrada na 6ª série do ensino fundamental, com preços entre R$ 2.975,00 e R$ 3.697,29.
A pesquisa completa, com tabelas e relatórios comparativos, está disponível no site oficial do órgão: goias.gov.br/procon.
Pais podem pedir planilha de custos
Segundo o Procon Goiás, qualquer reajuste das mensalidades escolares deve seguir as regras da Lei Federal nº 9.870/1999, que determina que a escola precisa justificar o aumento com base em uma planilha de custos operacionais — incluindo salários, investimentos pedagógicos e reposição inflacionária.
O Procon também reforça que os responsáveis devem conferir o que está incluso nas mensalidades escolares — como material didático, agenda, sistemas de ensino, atividades extracurriculares e uso de espaços como piscina ou laboratório. Itens extras precisam estar discriminados em contrato e não podem gerar cobranças surpresa.
Atenção aos contratos
Após efetivar a matrícula, os responsáveis devem guardar cópias do contrato e dos comprovantes de pagamento. Em caso de dúvida, é possível procurar atendimento presencial no Procon Goiás ou registrar reclamação pelo site.
Outro ponto importante é que, mesmo em caso de atraso no pagamento, a escola não pode suspender provas, reter documentos do aluno ou aplicar sanções pedagógicas. O que a instituição pode fazer, conforme a lei, é negar a renovação da matrícula para o próximo ano, mas somente ao final do período letivo.
Educação pesa mais no orçamento
Com a inflação estabilizada e o custo de vida em alta, a variação de preços entre colégios revela o desafio das famílias goianienses em conciliar qualidade e orçamento.
Para 2026, a recomendação dos especialistas é pesquisar com antecedência, negociar descontos e analisar não apenas o valor, mas também a estrutura e o projeto pedagógico da escola.
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