Goiânia registrou uma queda expressiva nos casos de dengue no primeiro semestre de 2025. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de janeiro a maio foram contabilizados 16.082 casos da doença, o que representa uma redução de 46% em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 23.618 confirmações. A diminuição se estende também às ocorrências mais graves e aos óbitos.
Nos cinco primeiros meses do ano, nove pessoas morreram vítimas da dengue na capital, contra 17 no ano anterior, uma redução de 52,9%. Os casos graves caíram de 63 para 49, mesmo com a circulação do sorotipo 3 do vírus considerado o mais agressivo.
O secretário de Saúde de Goiânia, Luiz Pellizzer, afirma que os resultados são animadores, mas alerta: “É um resultado positivo. No entanto, a vigilância precisa continuar, especialmente durante o período de estiagem, quando focos do mosquito podem passar despercebidos”.
Entre as ações desenvolvidas para o controle da doença, Goiânia realizou mais de 1,4 milhão de visitas domiciliares no período, resultando na identificação de 22.141 imóveis com focos do mosquito Aedes aegypti. Nessas operações, mais de 32 mil criadouros foram eliminados. Um reforço importante foi o recolhimento de 20 mil pneus descartados irregularmente em vias públicas, um dos principais criadouros do vetor da dengue.
Em janeiro, foi realizado um mutirão integrado entre as prefeituras de Goiânia e Aparecida, com apoio do Governo de Goiás. A iniciativa teve como objetivo combater a dengue em bairros localizados na divisa entre as duas cidades, abrangendo cerca de 26 quilômetros de extensão. A mobilização envolveu serviços como remoção de lixo e entulho, limpeza de bueiros e bocas de lobo, roçagem de mato, tapa-buracos e ações específicas de combate ao mosquito transmissor da doença.
Vacinação e apoio federal reforçam combate à dengue, mas Goiás ainda enfrenta cenário preocupante
Outro ponto importante no combate à doença é a vacinação contra a dengue. Em abril, a capital e Aparecida foram incluídas entre as 80 cidades prioritárias do país para receber doses da vacina Qdenga, que tem sido aplicada em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária mais vulnerável. A imunização ocorre nas escolas públicas e também em unidades básicas de saúde.
Mesmo com a melhora nos índices locais, os dados estaduais ainda geram alerta. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), foram confirmadas 31 mortes por dengue entre janeiro e maio de 2025. Para efeito de comparação, em todo o ano de 2023, foram 58 óbitos, apenas 27 a mais do que nos cinco primeiros meses deste ano. Outros 54 casos ainda estão sob investigação. Até o momento, o estado já confirmou 49.437 casos da doença, dentro de um total de mais de 90 mil notificações.
Goiânia lidera o número de mortes, com sete registros confirmados e 18 óbitos sob apuração. Aparecida aparece em segundo lugar, com duas mortes confirmadas e quatro em investigação. Montes Claros, Mozarlândia e Novo Gama registraram duas mortes cada. Outros municípios com um óbito confirmado são: Anápolis, Iporá, Trindade, Americano do Brasil, Inhumas, Nerópolis, Alto Horizonte, Ceres, Faina, Goianésia, cidade de Goiás, Heitoraí, Nova Crixás, Novo Planalto, Paranaiguara e São Simão.
A situação crítica de Goiás levou o Ministério da Saúde a incluir Goiânia e Aparecida no programa de apoio da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), que disponibiliza profissionais e insumos para municípios com alta transmissão. O apoio foi fundamental para reforçar os atendimentos nas unidades de saúde e ampliar a cobertura das ações de campo, principalmente nas áreas mais afetadas.
Para manter o controle da doença, as prefeituras seguem alertando a população sobre os cuidados essenciais para evitar a proliferação do mosquito transmissor. As principais recomendações incluem tampar caixas d’água, tonéis e baldes; eliminar recipientes que possam acumular água parada, como pneus e garrafas; colocar areia nos pratinhos de vasos de plantas; manter lixeiras bem tampadas; trocar diariamente a água dos recipientes usados para animais de estimação; e evitar o descarte irregular de entulho em lotes baldios.
A expectativa das autoridades é de que a combinação de ações de campo, vacinação, apoio federal e conscientização coletiva permita não apenas conter o avanço da dengue em 2025, mas também reduzir ainda mais os impactos da doença nos próximos anos
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