O número de atendimentos relacionados ao câncer de próstata entre homens com até 49 anos aumentou 32% no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2020 e 2024. Os dados são do Ministério da Saúde e indicam crescimento de 2,5 mil para 3,3 mil registros no período.
Câncer de próstata
Embora o câncer de próstata continue mais frequente em homens acima de 65 anos, o avanço entre os mais jovens chama a atenção de autoridades e especialistas. O aumento pode estar relacionado tanto à ampliação dos serviços de diagnóstico quanto à maior conscientização sobre a importância dos exames preventivos.
Segundo o levantamento, cerca de 85% dos atendimentos realizados pelo SUS a pacientes com até 49 anos foram para quimioterapia. Em seguida aparecem as cirurgias oncológicas, que representam entre 10% e 12% dos casos, e a radioterapia, com cerca de 4%. Esses números indicam que muitos pacientes chegam ao sistema público já com a doença em estágio avançado, quando o tratamento exige intervenções mais complexas.
O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens brasileiros, depois do câncer de pele não melanoma, conforme o Ministério da Saúde. A doença se desenvolve lentamente e, quando diagnosticada precocemente, tem até 90% de chance de cura, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Nos estágios iniciais, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas. Entre os sinais de alerta estão dificuldade para urinar, jato fraco, presença de sangue na urina e aumento da frequência urinária, principalmente à noite. A confirmação do diagnóstico ocorre após a biópsia, indicada quando há alterações no exame de PSA ou no toque retal.
Ministério da Saúde aponta alta de casos de câncer de próstata em homens abaixo dos 50. Foto: Divulgação
As causas da doença não são totalmente conhecidas. Entretanto, fatores como idade, histórico familiar, obesidade, tabagismo, alimentação inadequada e exposição a produtos químicos podem elevar o risco.
Nos últimos anos, campanhas como o Novembro Azul ampliaram o debate sobre saúde masculina e incentivaram a procura por acompanhamento médico, inclusive entre os mais jovens. Apesar desse movimento, as diretrizes médicas continuam recomendando o rastreamento a partir dos 50 anos — ou dos 40, para homens com histórico familiar da doença.
O aumento dos atendimentos no SUS não significa necessariamente que mais jovens estão sendo diagnosticados com câncer de próstata, mas que o acesso ao diagnóstico e ao tratamento especializado melhorou. Ainda assim, o dado reforça a importância de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e abandono do cigarro, para reduzir o risco de desenvolvimento da doença.










