Com o intuito de preparar as indústrias para enfrentarem os impactos da alta tarifação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil, o governador Ronaldo Caiado (UB) tem feito reuniões com o setor industrial do Estado. Na quarta-feira (30/7), o chefe do Executivo conversou com o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, para buscar soluções alternativas para o enfrentamento de uma possível crise que pode ser ocasionada pelas sanções aplicadas pelo país norte-americano ao Brasil.
Observa-se que não está descartada a possibilidade de o governo estadual continuar as negociações com o objetivo de fazer com que Goiás não seja gravemente afetado pela conjuntura conflituosa entre Brasil e Estados Unidos. “Eu acho que há a possibilidade de ampliar negociações a nível internacional, eu não tenho dúvidas disso. Para isso, é preciso ter sequência nos diálogos com os EUA, eu acho que isso é o ponto principal. O governador [Ronaldo Caiado] está muito empenhado na busca de soluções alternativas, mas não é descartada a possibilidade de novas negociações e de possíveis evoluções”, ressalta Roriz ao O HOJE.
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Quando o assunto é sobre iniciativas que podem partir do Estado, é necessário uma maior interlocução com o governo federal. Nesse sentido, cabe destacar o interesse de Caiado em comparecer à reunião de governadores com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O encontro ocorreria na quarta-feira, mas foi cancelado após governadores de outros Estados recusarem o convite. A iniciativa partiu do governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), que motivou outros chefes de Executivos estaduais, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Cláudio Castro (PL-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG) a seguirem o mesmo comportamento.
O intuito de Ibaneis era usar o encontro para reunir-se com aliados na Vice-Presidência, mas isso poderia causar desentendimentos entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já contatos próximos ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disseram acreditar que a reunião de Tarcísio com Alckmin não seria de bom tom porque a atual gestão presidencial não tem dialogado com o governo estadunidense.
Em nota direcionada ao vice-presidente e em nome dos governadores que não compareceram, Ibaneis Rocha deu uma justificativa que não se aplica ao que já se sabe sobre sua ausência. “No entanto, em virtude da exiguidade do tempo, diante de compromissos assumidos anteriormente, não será possível o comparecimento de vários governadores, realidade que prejudica a ampla discussão do tema. Aguardando o momento oportuno para nova interlocução, colho o ensejo para manifestar votos de elevada estima e consideração”, escreveu o governador do DF.
Sem diálogo com Lula
Não é de hoje que Ronaldo Caiado tem tentado lidar com os impactos das sanções tarifárias sem fazer questão de dialogar com o governo federal. O governador já tinha se reunido com empresários para apresentar as linhas de crédito que vão ser lançadas pelo Estado para minimizar os impactos financeiros decorrentes da tarifação.
Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Flávio Rassi, é “impressionante a ferramenta apresentada, é muito importante ter um governador que pensa com antecipação”. Zé Garrote, ex-presidente da Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial), disse: “É uma inovação que abre oportunidade e nos dá novas visões e formas de negociar e de buscar mercado”.
O presidente da Abiplast reforçou que “Caiado está conversando com os governadores dos Estados que foram mais afetados pelo tarifaço para que todos possam conseguir alcançar uma solução”. “Não é hora de discutirmos questões internas e, sim, de trabalharmos juntos. Essa é a ideia que Caiado quer passar”, pontuou José Ricardo. (Especial para O HOJE)
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