A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que estava desaparecida desde a última sexta-feira (20), morreu após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. A informação foi confirmada pela família da jovem na manhã desta terça-feira (24), por meio de uma publicação nas redes sociais.
Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Juliana Marins fazia um mochilão pela Ásia e participava de uma expedição turística no vulcão localizado na ilha de Lombok quando o acidente aconteceu. Segundo os relatos, ela tropeçou e escorregou durante a trilha, caindo cerca de 300 metros abaixo do caminho principal. Ao longo dos últimos quatro dias, equipes de resgate da Indonésia tentaram alcançar o local onde ela estava, mas enfrentaram dificuldades devido ao terreno acidentado, à profundidade e às condições climáticas desfavoráveis.
Dificuldades na operação de resgate
A confirmação da morte veio após o quarto dia de buscas. Antes disso, o Ministério do Turismo da Indonésia havia informado que Juliana estava em estado terminal, conforme avaliação das equipes de resgate que se aproximaram do local na segunda-feira (23).
As equipes de busca montaram um acampamento móvel entre o topo da trilha e o ponto onde Juliana foi vista pela última vez. A estratégia visava permitir que os socorristas continuassem as operações assim que as condições climáticas melhorassem, evitando o deslocamento de volta ao início da trilha a cada dia.
A Administração do Parque Nacional de Rinjani informou que os socorristas chegaram a cerca de 400 metros abaixo do ponto da queda original, perto de um desfiladeiro considerado de altíssima dificuldade de acesso. De acordo com a Agência Nacional de Resgate da Indonésia (Basarnas), o uso de helicópteros foi inviabilizado por conta da forte neblina na região.
O trecho da trilha foi fechado para turistas durante os trabalhos de resgate. No entanto, a decisão só foi tomada após três dias do acidente, quando o acesso de visitantes pelo local foi interrompido para facilitar a operação.
Segundo o governo local, a demora no resgate se deu pelas dificuldades de acesso à área. Testemunhas levaram cerca de oito horas para conseguir avisar as autoridades sobre o acidente. Desde então, diversas tentativas de resgate utilizando cordas e macas foram realizadas, mas sem sucesso.
Juliana Marins, que sofreu uma queda em um penhasco durante trilha no Monte Rinjani, não resistiu aos ferimentos, confirmam familiares
Repercussão e denúncias da família
Desde o acidente, familiares de Juliana acompanharam a situação a partir do Brasil. Mariana Marins, irmã da vítima, relatou em entrevistas que a família recebia informações e imagens enviadas por turistas que estavam na região, entre eles um grupo de espanhóis que encontrou Juliana três horas após a queda.
A irmã criticou a atuação da empresa de turismo responsável pela expedição, afirmando que houve desencontro de informações. Segundo ela, a empresa teria mentido ao dizer que o resgate já havia sido feito, quando na verdade a jovem continuava no local à espera de socorro.
Além das dificuldades enfrentadas durante a operação de resgate, a família denunciou a criação de campanhas falsas de arrecadação de dinheiro em nome de Juliana. Em comunicado divulgado nas redes sociais, os parentes alertaram a população que não haviam criado perfis para pedir doações. “Esses perfis são fake. Denunciem”, escreveram.
O caso gerou grande repercussão nas redes sociais e mobilizou internautas em campanhas de apoio à família. Até o momento, a Administração do Parque Nacional de Rinjani e a Basarnas ainda não divulgaram detalhes sobre os procedimentos para a retirada do corpo de Juliana do local.
De acordo com o G1 e o UOL, a última atualização feita pela família antes da confirmação da morte apontava que a equipe de resgate tinha conseguido chegar ao ponto exato onde Juliana estava, mas que o estado de saúde dela já era crítico. A morte foi confirmada na manhã desta terça-feira (24), com uma publicação no perfil oficial criado para atualizar informações sobre o caso.
Contexto do acidente
Juliana Marins estava em viagem pela Ásia desde fevereiro deste ano. A trilha no Monte Rinjani, onde ocorreu o acidente, é considerada uma das mais desafiadoras da Indonésia e atrai turistas de diversos países. O local, que já foi palco de outros acidentes com visitantes, é conhecido pela inclinação acentuada e pelas condições climáticas instáveis.
A publicitária escorregou durante a caminhada e ficou imobilizada no desfiladeiro. Informações iniciais apontaram que ela teria sido resgatada logo após a queda, mas a própria família desmentiu essa versão.
As autoridades indonésias seguem com as operações para a retirada do corpo da jovem.
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