O amor dos brasileiros pelos animais de estimação nunca foi tão evidente. Hoje, o país ocupa a terceira posição no ranking mundial do mercado pet, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Em 2024, o setor faturou mais de R$ 77 bilhões, representando um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. A previsão para 2025 é ainda mais otimista, com expectativa de alcançar R$ 80 bilhões em movimentação financeira.
O setor é dominado por micro e pequenas empresas, que já respondem por 98% dos negócios, segundo dados do Sebrae e da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Essa predominância reflete não apenas a capilaridade dos pequenos pet shops, mas também a capacidade de inovação dos microempreendedores, que apostam em nichos diferenciados para conquistar clientes.
Na feira PET South America, realizada em São Paulo, as novidades chamaram a atenção de tutores e investidores. Entre os lançamentos estavam caixas de areia automáticas controladas por aplicativo, suplementos alimentares, cosméticos, além de opções gourmet para cães e gatos. A microempreendedora Cátia Stegle apresentou sobremesas caninas feitas com ingredientes naturais, como batata-doce e beterraba, destacando a criatividade e o apelo saudável que movimentam o setor.
Outro ponto de crescimento é o segmento de serviços. Creches, spas, hotéis e até festas de aniversário para animais se popularizaram nos últimos anos. Em São Paulo, o primeiro dog club da cidade conta com um parque aquático compartilhado entre pets e humanos, revelando como os bichos assumiram o status de membros da família.
A força da indústria e do varejo
O mercado brasileiro também é marcado pela presença de grandes players. A fusão entre Petz e Cobasi, anunciada em 2024, deu origem à maior rede de produtos para animais do país, com faturamento anual estimado em R$ 7 bilhões e quase 500 lojas espalhadas por mais de 140 cidades. No ambiente digital, a Petlove segue líder absoluta, oferecendo mais de 12 mil itens em sua plataforma e consolidando o modelo de assinaturas para rações e medicamentos.
Na indústria de alimentos, a BRF Pet se destaca como potência na América Latina, faturando mais de R$ 3 bilhões em 2023. O segmento de rações, aliás, é o carro-chefe do setor, representando cerca de 56% do faturamento total. Em seguida, aparecem os produtos veterinários, com crescimento de 16% em 2023, impulsionados pela maior preocupação dos tutores com a saúde preventiva dos animais.
Estado registra aumento no número de pet shops e clínicas, impulsionado por novos modelos
Goiás acompanha expansão nacional
Se no cenário nacional o mercado pet é robusto, em Goiás ele também apresenta forte crescimento. O estado, que já possui mais de 3 milhões de animais de estimação, tem registrado aumento no número de pet shops e clínicas especializadas, principalmente em Goiânia e no entorno do Distrito Federal.
De acordo com o Sebrae Goiás, pequenos empreendedores têm aproveitado o bom momento do setor para investir em modelos inovadores, como delivery de produtos e serviços móveis de banho e tosa. A proximidade com grandes centros e o aumento da população urbana com cães e gatos impulsionam o consumo de itens especializados, abrindo oportunidades para negócios regionais se conectarem a uma tendência nacional.
Um mercado movido a afeto e oportunidades
Mais do que números bilionários, o mercado pet reflete mudanças culturais. Segundo a Abinpet, a população pet no Brasil já ultrapassa 164 milhões de animais, superando a quantidade de crianças de até 14 anos. Esse dado explica por que os gastos com bichos de estimação se mantêm crescentes mesmo em períodos de instabilidade econômica.
Estudos apontam que a convivência com animais contribui para a melhoria da saúde mental, ajudando a reduzir sintomas de solidão, ansiedade e até depressão. Essa relação emocional fortalece ainda mais o setor, já que tutores não hesitam em investir em cuidados que garantam qualidade de vida aos seus companheiros de quatro patas.
Com faturamento anual crescente, diversidade de serviços e um mercado em plena expansão, o Brasil consolida-se como um dos protagonistas globais no setor pet. A combinação de inovação, afeto e empreendedorismo faz com que o país não apenas movimente cifras bilionárias, mas também transforme o cuidado com os animais em um dos pilares da economia e da vida social contemporânea.
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