O Brasil acaba de ser eleito o melhor país do mundo para o turismo de aventura, segundo ranking internacional divulgado pelo US News & World Report, em parceria com a Wharton School, da Universidade da Pensilvânia. O estudo, baseado na percepção de quase 17 mil pessoas em 87 países, avaliou dez categorias, incluindo qualidade de vida, influência cultural, propósito social e aventura — na qual o Brasil ficou na primeira posição, superando destinos consagrados como Itália, Grécia, Espanha e Tailândia.
De acordo com o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, esse reconhecimento é reflexo de uma política pública que busca reconstruir a imagem internacional do país, valorizando o potencial natural e cultural brasileiro. Ele destacou ainda que o turismo de aventura no Brasil não apenas cresce em volume, mas também dialoga com pilares importantes como sustentabilidade, segurança e inclusão. O Brasil é atualmente referência técnica no segmento, com 44 normas técnicas da ABNT voltadas para o turismo de aventura, das quais 19 possuem equivalência internacional. Além disso, 20 empresas brasileiras estão certificadas com normas ISO específicas para atividades como trilhas, canoagem, ciclismo, rapel e mergulho.
Crescimento acelerado do setor impulsiona o Brasil
O reconhecimento internacional chega em um momento de forte expansão do setor. A indústria global do turismo de aventura movimentou cerca de 357 bilhões de dólares em 2023 e a previsão é que alcance mais de 1 trilhão de dólares até 2030, impulsionada por uma taxa média de crescimento anual de 16%. No Brasil, o setor também mostra força: dados recentes apontam que o turismo de aventura já movimenta mais de 6 bilhões de dólares por ano no país e cresce a taxas superiores a 15% ao ano, acompanhando ou mesmo superando a média global.
Esse avanço se deve a uma combinação de fatores. A digitalização do planejamento de viagens, a popularização das plataformas de reserva online e a busca por experiências únicas e personalizadas têm atraído um novo perfil de turista. A facilidade de acesso a destinos nacionais, combinada com o aumento da renda disponível em faixas urbanas e interioranas, tem ampliado a base de consumidores interessados em atividades ao ar livre, contato com a natureza e turismo de base comunitária.
Diversidade natural é trunfo do turismo brasileiro
No caso específico do Brasil, o crescimento também é impulsionado pela diversidade de biomas, climas e paisagens. A imensidão do território nacional permite a prática de turismo de aventura em diferentes formatos: trilhas e cachoeiras na Mata Atlântica e no Cerrado, escaladas e rafting em áreas de montanha, mergulho no litoral e no Pantanal, expedições pela floresta amazônica e experiências de cicloturismo em roteiros rurais. Há uma variedade de produtos turísticos em consolidação, com forte apelo internacional.
Setor cresce mais de 15% ao ano e consolida o Brasil
Goiás se destaca como polo emergente da aventura
O estado de Goiás tem se destacado nesse cenário. Dados da Agência Nacional de Estatística e Turismo apontam que, entre março e abril de 2025, o turismo em Goiás cresceu 10,8%, superando a média nacional. No acumulado dos últimos doze meses, o crescimento foi de 13,5%. Cidades como Pirenópolis, Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante e Corumbá de Goiás concentram parte importante do fluxo de visitantes interessados em ecoturismo, turismo de aventura e atividades de imersão cultural. A Chapada dos Veadeiros, em especial, tem se consolidado como um dos destinos mais procurados por turistas estrangeiros que buscam natureza, espiritualidade e aventura em um só lugar.
A reabertura do turismo internacional também impulsionou o desempenho do setor. Em 2024, o Brasil recebeu 6,65 milhões de turistas estrangeiros, um aumento de 12,6% em relação ao ano anterior. Apenas entre janeiro e maio de 2025, o país registrou 4,8 milhões de visitantes internacionais, com crescimento de 49,7% em comparação ao mesmo período de 2024. Esse movimento tem impactado positivamente as cadeias produtivas regionais e gerado novas oportunidades de negócio para operadores locais.
Sustentabilidade e segurança ainda são desafios
Apesar do cenário positivo, o mercado ainda enfrenta desafios importantes. O turismo de aventura depende diretamente da preservação ambiental e de práticas sustentáveis por parte dos prestadores de serviço. Mudanças climáticas, degradação de áreas naturais e práticas turísticas predatórias podem comprometer a experiência do viajante e afetar o ecossistema. Outro ponto de atenção é a segurança. Embora o Brasil seja referência em certificações técnicas, ainda há relatos de empresas que operam sem conformidade, colocando em risco os turistas e a imagem do setor.
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