O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para receber o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), em sua residência, onde cumpre prisão domiciliar. O requerimento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por autorizar as visitas ao ex-chefe do Executivo.
De acordo com a defesa de Bolsonaro, o encontro teria “finalidade humanitária e político-institucional”, conforme ofício enviado por Caiado ao STF. No documento, o governador afirma que busca “manter canais de diálogo respeitosos entre lideranças políticas”, sem tratar de temas sob análise judicial.
Os advogados do ex-presidente manifestaram anuência ao pedido, destacando que não veem impedimentos à visita. Caso seja autorizado, o encontro ocorrerá no condomínio onde Bolsonaro cumpre pena.
Reaproximação política
Além de Caiado, a defesa também solicitou visitas de aliados políticos, como os deputados Evair de Melo (PP-ES), José Medeiros (PL-MT), Sanderson (PL-RS), o ex-deputado Odelmo Leão (PP-MG) e o vice-presidente do PL em Rondônia, Bruno Scheid.
A movimentação ocorre em meio à possibilidade de transferência de Bolsonaro para o presídio da Papuda, em Brasília. Caso o encontro com Caiado seja autorizado, deve incluir discussões sobre a unificação da direita para as eleições presidenciais de 2026 e estratégias para reduzir a vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas.
Histórico e articulações
O último encontro entre Caiado e Bolsonaro ocorreu em 19 de junho de 2025, no Palácio das Esmeraldas, durante o feriado de Corpus Christi, em Goiânia. Na ocasião, ambos trataram da formação de uma frente política de direita, com foco na disputa de 2026.
Foto: Governo de Goiás
Fontes próximas ao governador afirmam que Caiado vem costurando alianças com lideranças conservadoras, oferecendo duas garantias em caso de vitória: articular uma anistia política a Bolsonaro e abrir mão da reeleição em 2030, permitindo a renovação da direita.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também teria sinalizado apoio à iniciativa, reforçando o projeto de unificação de um bloco conservador nacional.










