A cidade turística de Caldas Novas (GO) foi alvo, nesta semana, de uma operação integrada entre forças de segurança e órgãos de fiscalização voltada ao combate e à prevenção da adulteração de bebidas alcoólicas. A ação envolveu a Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da 19ª Delegacia Regional de Polícia, além da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, do Procon e da Vigilância Sanitária.
O objetivo foi verificar a procedência e a regularidade dos produtos comercializados em estabelecimentos locais, conhecidos por receberem grande fluxo de turistas. As equipes percorreram diversos comércios, realizando inspeções detalhadas e utilizando equipamentos capazes de detectar indícios de adulteração em bebidas expostas à venda.
Irregularidades encontradas durante as fiscalizações
Durante as diligências, foram identificadas irregularidades sanitárias e apreendidos produtos suspeitos de adulteração. Segundo informações da Polícia Civil, o material recolhido será encaminhado para exames periciais, que vão confirmar se houve manipulação irregular ou contaminação por substâncias tóxicas, como o metanol — um álcool impróprio para consumo humano.
Operação Metanol em Caldas Novas (GO)
As ações foram realizadas de forma conjunta, reunindo diferentes órgãos estaduais em uma força-tarefa inédita no município. O Procon verificou a regularidade das mercadorias e as informações obrigatórias nos rótulos, enquanto a Vigilância Sanitária avaliou as condições de armazenamento e conservação das bebidas. A Polícia Técnico-Científica prestou apoio com análises preliminares e coleta de amostras no local.
O delegado responsável pela operação, da 19ª Delegacia Regional de Polícia, explicou que o foco das fiscalizações é proteger o consumidor e evitar danos à saúde pública. “Nosso objetivo é coibir práticas criminosas relacionadas à adulteração de bebidas e retirar de circulação produtos que possam colocar em risco a vida das pessoas”, afirmou.
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Ações de fiscalização serão ampliadas em Goiás
A ação faz parte de uma estratégia estadual que prevê fiscalizações simultâneas em diferentes municípios de Goiás, com o mesmo objetivo de identificar e apreender bebidas adulteradas. As inspeções devem ocorrer principalmente em locais de grande movimentação turística e em períodos de alta temporada, quando o consumo de bebidas alcoólicas aumenta.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, os estabelecimentos autuados poderão responder administrativamente e, caso as análises confirmem adulteração, também criminalmente, conforme prevê o Código Penal Brasileiro e a legislação sanitária. O crime de falsificação ou adulteração de produtos destinados ao consumo pode resultar em pena de até oito anos de prisão.
O Procon Goiás reforçou que a venda de bebidas sem origem comprovada, rótulo adequado ou registro no Ministério da Agricultura é considerada infração grave. As autoridades orientam os consumidores a verificarem sempre a embalagem, o lacre e a procedência dos produtos antes da compra.
O metanol, substância frequentemente usada em adulterações, é altamente tóxico e pode causar cegueira, intoxicação grave e até morte se ingerido. Casos de contaminação já foram registrados em diferentes estados do país, o que tem levado as forças de segurança a intensificarem o monitoramento do setor.
Em nota, a Polícia Civil informou que as ações conjuntas continuarão ocorrendo em Goiás e que os resultados dos exames laboratoriais serão divulgados após a conclusão das análises. O órgão também destacou a importância da denúncia anônima, que pode ser feita pelo Disque-Denúncia 197, para auxiliar as investigações.