Segundo o presidente, o fundo representa uma mudança de paradigma na cooperação internacional, ao alinhar os interesses econômicos dos investidores. (Crédito: Ricardo Stuckert)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu nesta quinta-feira (6/11), em Belém, a Cúpula do Clima, reunindo líderes de mais de 40 países e preparando o caminho para a COP30 da ONU, que começa na próxima segunda-feira (10/11). Em seu primeiro discurso, Lula foi firme ao afirmar que interesses imediatos ainda dominam sobre o bem comum e que o tempo para frear a destruição ambiental está se esgotando. O encontro servirá como preparação para traçar ações globais contra as mudanças climáticas.
Lula defendeu que é possível conciliar prosperidade, justiça social e preservação ambiental, criticando a distância entre decisões diplomáticas e a realidade das pessoas. Após a fala de abertura do presidente, demais líderes apresentaram seus discursos formais sobre o combate às mudanças climáticas e o financiamento da transição verde.
Ao longo do dia, Lula participou de reuniões bilaterais e teve um encontro reservado com o príncipe de Gales, William, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. A reunião tratou-se de cooperação climática e investimentos verdes, temas prioritários da política ambiental brasileira.
No meio da tarde, o presidente se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, em uma segunda reunião bilateral. E também com autoridades de diversos países para tentar incentivar que países endosse O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF)
A declaração de apoio ao fundo de florestas é um de oito documentos que o Brasil apresenta durante essa cúpula, para que outros países possam apoiar. “As florestas valem mais em pé do que derrubadas e deveriam integrar o PIB dos nossos países. Pela primeira vez na história, os países do Sul Global terão protagonismo em uma agenda de florestas”, declarou o presidente.
Líderes de mais de 40 países e preparando o caminho para a COP30 da ONU, que começa na próxima segunda-feira (10/11). (Crédito: Ricardo Stuckert)
O presidente lembrou que estava falando de avanços de uma década mais ou menos. Por isso, para Lula, é importante que os participantes da COP30 acreditem que deixar a floresta em pé e ter esse mecanismo de financiamento climático é muito mais rentável e benéfico para o país, do que simplesmente derrubar as florestas.
Lula explicou que o novo Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) propõe um modelo inovador de financiamento ambiental, que substitui a lógica tradicional de doações por um sistema de investimentos com retorno financeiro. A iniciativa busca atrair capital privado para ações de preservação e redução de emissões de carbono.
Segundo o presidente, o fundo representa uma mudança de paradigma na cooperação internacional, ao alinhar os interesses econômicos dos investidores com os objetivos ambientais globais. A proposta visa garantir resultados concretos de conservação, ao mesmo tempo em que oferece segurança e rentabilidade aos parceiros que apostarem na economia verde.
Lula explicou que a lógica do fundo é diferente do que habitualmente vinha sendo feito: os investidores não farão doações. Em vez disso, terão retornos ao mesmo tempo em que contribuem para a preservação florestal e a redução de emissões de carbono.
Até o momento, não existe uma lista de todos os investidores e todos os valores. Porque esses países agora acordaram o fundo é o principal, mas eles vão retornar para as suas casas, respectivamente, nas palavras do nosso ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e vão pensar quanto que eles podem investir, vão ver questões internas.
Outros países, como a Noruega, que tem um investimento histórico na Amazônia, já veio com um valor mais certo, de 3 bilhões de dólares. Segundo o ministro do Clima e Meio Ambiente norueguês, será investido algo em torno de 3 bilhões de dólares em 10 anos, se os valores do fundo chegarem a 10 bilhões de dólares. O valor investido pela Noruega, que acredita que o multilateralismo e a união de forças é essencial para esse fundo pode representar até no máximo 20% do total do fundo.










