Em mais uma escalada das tensões nos corredores do Poder Legislativo Municipal, O vereador Sargento Novandir (MDB) subiu a tribuna na manhã desta quinta-feira, 8, vestindo colete a prova de balas.
Ao assumir o microfone, explicou: “Eu não tenho peito de aço, posso levar [um tiro] também, mas se eu visse ele tentar matar meu chefe de gabinete, eu atiraria na hora”, disse.
A declaração de Novandir diz respeito a uma confusão envolvendo um servidor de seu gabinete e o procurador da Câmara Municipal de Goiânia, Kowalsky Ribeiro.
Tudo começou quando na última segunda-feira, 5, o procurador protagonizou uma discussão com auxiliar do gabinete de Novandir no estacionamento da Câmara. Isso porque um carro funcional, dirigido na ocasião por funcionário de Novandir, estava parado na vaga do procurador, que, ao chegar na Casa de Leis se deparou com a situação e desceu de seu veículo visivelmente nervoso.
Ao desembarcar, Kowalsky colocou uma arma de fogo na cintura, o que ele disse, em entrevista à imprensa, que “sempre faz”. Mais tarde, Kowalsky foi acusado de colocar a arma ‘na cara’ do servidor e ameaçá-lo. Novandir chegou a acionar a Polícia Militar de Goiás (PMGO), que esteve na Câmara e recolheu — até a apresentação do porte — a arma de fogo do procurador.
Depois do episódio, o procurador da Câmara Municipal de Goiânia pediu medida protetiva contra o vereador e auxiliares de seu gabinete. Kowalsky diz ser alvo de tentativa de intimidação e armação por parte do legislador e seus assessores. De volta ao pronunciamento de Novandir na tribuna, o parlamentar também exibiu registros policiais contra Kowalsky. Dentre eles, segundo o parlamentar, há registros de crime de estupro.
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O que diz Kowalsky
Logo após o episódio ocorrido no estacionamento da Casa de Leis, o procurador emitiu uma nota à imprensa onde garante que, apesar de ter descido do carro armado, não ameaçou chefe de gabinete. Em um trecho do documento ele afirma que as alegações são “absolutamente falsas e carecem de qualquer fundamento”. E justifica o pedido de medida protetiva dizendo que a iniciativa visa “resguardar minha integridade física e moral”. “Tal medida se faz necessária diante de ações que configuram tentativa de intimidação e constrangimento no exercício legítimo de minhas funções como procurador da Câmara”, complementa.
Diante das criticas sobre o porte de arma de fogo nas dependências do legislativo, Kowalsky argumenta: “o porte da mencionada arma de fogo é regular, vez que amparado na devida e necessária autorização pela Polícia Federal, obtida, anteriormente, em razão de ameaças recebidas no exercício da atividade funcional – Advocacia Pública – conforme, inclusive, atestado pela autoria policial na data de ontem [segunda-feira, 5]”.