Com mais de 527 mil habitantes, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Aparecida de Goiânia se consolida como o segundo município mais populoso de Goiás e a 7ª maior economia da região Centro-Oeste, segundo dados da prefeitura referentes a 2023. A cidade, que até poucos anos atrás tinha forte vocação industrial, hoje combina dinamismo empresarial, expansão urbana e crescimento demográfico em ritmo acelerado.
O salto econômico pode ser medido pelo avanço no número de empresas instaladas. Em 2008, o município contava com apenas 6,4 mil negócios ativos. Em 2024, esse número ultrapassou 108 mil, um crescimento de mais de 1.500% em pouco mais de uma década e meia. O movimento reflete a atração de novos empreendimentos, a geração de empregos e a diversificação da economia local.
Esse cenário, no entanto, trouxe um efeito colateral: a pressão crescente por moradias. O déficit habitacional, que em 2017 era de 5.707 unidades, chegou a 10.426 em 2023, de acordo com levantamento do Instituto Mauro Borges (IMB), divulgado em 2024. Em outras palavras, em apenas cinco anos, a necessidade por novas residências praticamente dobrou, criando desafios tanto para o poder público quanto para o setor privado.
De acordo com o especialista em mercado imobiliário Daniel Claudino, o município vive um momento de consolidação como polo urbano estratégico na região. “Aparecida de Goiânia vem se consolidando como uma das cidades mais dinâmicas do Centro-Oeste, resultado da força do polo empresarial e do crescimento acelerado da população. Esse movimento atrai cada vez mais compradores de imóveis que desejam morar perto do trabalho e de novas oportunidades. O mercado imobiliário responde com lançamentos de condomínios planejados e moradias verticais. Além disso, a implantação do aeroporto Antares, voltado para cargas, reforça ainda mais a vocação econômica da cidade e amplia seu potencial de desenvolvimento”, afirma.
O perfil dos compradores acompanha a transformação da cidade. Claudino explica que a maior parte das negociações envolve famílias jovens e casais entre 25 e 44 anos, que buscam imóveis funcionais, bem localizados e com infraestrutura moderna.
Outro fator relevante é o interesse de investidores, atraídos pela valorização imobiliária e pelas oportunidades abertas por programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, que têm garantido alternativas de moradia para famílias de baixa e média renda.
O programa federal, que ganhou novo fôlego com o relançamento em 2023, tem sido decisivo para aquecer o setor. A cidade se tornou um dos principais polos de lançamentos do Minha Casa Minha Vida em Goiás, sobretudo em áreas de expansão como o Parque América, Cidade Vera Cruz e a região próxima ao eixo Anápolis-Brasília. Construtoras e incorporadoras enxergam no município um terreno fértil para projetos que vão desde moradias populares até condomínios verticais com infraestrutura completa.
“O dinamismo do mercado, no entanto, ocorre em meio a um desafio: o déficit habitacional em Aparecida praticamente dobrou nos últimos cinco anos, ultrapassando dez mil famílias. Essa pressão sobre a oferta aquece o mercado e exige respostas rápidas, tanto de políticas públicas quanto da iniciativa privada, para atender a uma demanda crescente que combina expansão populacional, urbanização acelerada e forte interesse por imóveis em diferentes faixas de preço”, ressalta Claudino.
A urbanização da cidade acompanha esse processo. Nos últimos anos, bairros que antes eram vistos como periferia ganharam novos empreendimentos e passaram a atrair tanto moradores quanto investidores. A proximidade com Goiânia, o acesso facilitado a rodovias e a instalação de serviços públicos e privados fizeram com que o interesse por diferentes regiões do município aumentasse.
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