O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) participou do lançamento da federação União Brasil-PP na última terça-feira (29) e mantém a expectativa de ter o apoio do grupo para sua pré-candidatura à presidência. A esperança do gestor também reside na não participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no páreo.
Isso, porque se o gestor de São Paulo entrasse no páreo, ele provavelmente o faria com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030, e com o endosso da centro-direita. Para Caiado, que depende de avançar nas pesquisas de intenção de voto, esse seria um cenário ruim.
Conforme informações, o goiano precisa chegar a, pelo menos, 10% das intenções de voto até o ano que vem. Na eleição de 2022, no primeiro turno, ninguém além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiram chegar aos dois dígitos.
Sim, era um cenário polarizado. Mas se Tarcísio assumir a sucessão de Bolsonaro, a polarização com Lula, que tende a disputar a reeleição, pode se repetir. O desejo do governador de Goiás, contudo, é concorrer de qualquer forma.
Contudo, a fala do presidente nacional do PSD e secretário de governo do estado de São Paulo, Gilberto Kassab, vai em outro sentido. Na terça-feira (29), ele disse que, se Tarcísio fosse candidato, nenhum outro concorreria pela centro-direita. “[Ronaldo] Caiado não sai, Ratinho [Jr.] não sai, [Romeu] Zema não sai, Tereza Cristina não sai.” A crença dele, porém, é que a tendência seja de disputa pela reeleição.
Sobre um plano B, ele fala em um nome “da casa”. Segundo ele, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), poderia ir ao segundo turno. “Ele une o Sul do país, e pesquisas qualitativas mostram que o Sul ainda é o maior reduto anti-PT do Brasil.”
Um bom sinal para Caiado
O governador Tarcísio de Freitas tem dito a aliados, conforme apurado pela imprensa nacional, que não irá se desincompatibilizar em abril do próximo ano para concorrer à presidência. A ideia dele é disputar a reeleição e manter o controle dos próximos passos.
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Para cogitar entrar no páreo, ele precisaria receber o apoio formal de Bolsonaro até dezembro, situação que pode não ocorrer. O ex-presidente será julgado por suposta tentativa de golpe de Estado. Mesmo assim, ele mantém a pré-candidatura, a fim de permanecer relevante. Como Lula em 2018 (que só indicou Fernando Haddad nas convenções), o ex-chefe do Executivo pode insistir até o último momento.
Além disso, existe uma crença, por parte do grupo de Tarcísio – e dele próprio -, que o presidente Lula possa melhorar a popularidade até o próximo ano. Nesse cenário, o governador de São Paulo estaria arriscando ficar sem cargo, em vez de garantir a manutenção no Estado mais poderoso do País.
Outra questão, essa apurada pelo Estadão, é que o gestor está adaptado com a família em São Paulo. Nem ele e nem os familiares gostariam de outra troca de cidade por ora.