Prestes a completar oito anos à frente do Palácio Tiradentes, onde governa Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) irá se tornar oficialmente pré-candidato à Presidência da República neste sábado (16). Em São Paulo, o chefe do Executivo mineiro oficializa seu projeto político que visa o Palácio do Planalto. O governador mineiro é um dos postulantes a substituto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no campo direitista — em um momento de incertezas na direita brasileira.
O evento reunirá políticos da direita, sobretudo nomes do partido, como o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) e o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS), e expoentes do setor empresarial paulista. A escolha por São Paulo não é à toa. A retórica liberal em prol da iniciativa privada é o carro-chefe do discurso de Zema, e a capital paulista é o berço do empresariado brasileiro.
Zema mostra que sua estratégia eleitoral difere da adotada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que lançou sua pré-candidatura em Salvador (BA), em abril. Enquanto Caiado optou por adentrar em um território eleitoral dominado historicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador mineiro busca apresentar seu projeto político à Faria Lima na intenção de se tornar o pré-candidato que representa os interesses do setor.
Outro trunfo para o projeto de Zema é Minas Gerais. Historicamente, o Estado é determinante nas eleições presidenciais. Desde a redemocratização, todos aqueles que venceram a disputa pelo Planalto ganharam a disputa em território mineiro. Ao aproximar-se do PIB paulista, além de ser um representante de Minas, o governador demonstra que o foco eleitoral perpassa pela construção de uma base forte no Sudeste.
Governadores pré-candidatos
A lista de governadores da direita que pretendem disputar a Presidência da República não deve parar por aí. Além de Zema e Caiado, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são cotados para a corrida pelo Executivo. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), corre por fora.
A expectativa era de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dono do maior capital político na direita, apontasse quem iria sucedê-lo. A escolha por um candidato ainda deve acontecer. Porém, com o ex-chefe do Executivo em prisão domiciliar e com o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) da trama golpista marcado para começar no próximo dia 2 de setembro, a decisão de Bolsonaro deve ser postergada.
No clã Bolsonaro
Vale ressaltar que o sucessor do ex-presidente também pode ser um integrante do clã Bolsonaro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) estariam no páreo. O cenário, porém, é menos provável.
Até a decisão do ex-chefe do Executivo sobre quem herdará seu espólio político, o provável é que os governadores que são pré-candidatos se mantenham nos palanques políticos para expor suas gestões estaduais e promover seus planos para o País — na intenção de angariar o apoio de Bolsonaro e dos bolsonaristas, para assim se tornar o representante da direita na disputa de 2026. (Especial para O HOJE)
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