Ao passo que o segundo semestre do ano se aproxima, as negociações visando a disputa eleitoral de 2026 se acirram cada vez mais. Nesse contexto, é normal que a corrida afunile cada vez mais e os nomes que se destacarem nas pesquisas eleitorais ganhem força nas articulações políticas. O levantamento feito pela Genial/Quaest, publicado na última quinta-feira (5), aponta que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-PB), cada vez mais, aumenta o favoritismo para ser o candidato representante da direita.
Na pesquisa, o governador aparece com 40% das intenções de voto contra 41% do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), empatados pela margem de erro. O crescimento de Tarcísio vem em um momento de fragilidade do presidente Lula, que bateu mais um recorde de rejeição: 57%.
Outro nome que apareceu empatado na margem de erro com o petista foi o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) — 40% para Lula e 38% para Ratinho. Porém, para além das pesquisas de intenção de voto, o governador pessedista enfrenta contras na disputa com Tarcísio.
O governador de São Paulo é o favorito do setor privado e possui amplo apoio dos caciques do Centrão. Inclusive, a relação de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, com o chefe do Executivo paulista deve atrapalhar uma possível candidatura de Ratinho. Isso porque Kassab — que é secretário de Governo na gestão de Tarcísio em São Paulo — já garantiu que irá apoiar o governador paulista, seja na disputa por reeleição no Estado ou na corrida pelo Palácio do Planalto. Também é dito nos bastidores que o mandatário do PSD planeja, caso Tarcísio dispute a presidência, ser candidato a governador de São Paulo.
Além disso, o chefe do Executivo paranaense ganhou concorrência dentro da própria sigla. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que recentemente deixou o PSDB rumo ao PSD, já deixou claro em diversas oportunidades que almeja disputar a Presidência da República.
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Bênção de Bolsonaro
Para 2026, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será imprescindível entre os direitistas. Inelegível até 2030 e réu por golpe de Estado, o ex-chefe do Executivo é dono do maior capital político no campo político à direita e responsável pelo voto de uma parcela considerável do eleitorado.
O ex-presidente já sinalizou a preferência por alguém do clã Bolsonaro, e nesse contexto a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) são os cotados. Porém, a pressão do Centrão por uma candidatura mais alinhada ao centro aponta para um desfecho favorável para Tarcísio — que, entre os possíveis candidatos que não integram a família Bolsonaro, é o mais próximo de Bolsonaro.
Correm por fora
Vale ressaltar que demais candidatos alinhados à centro-direita são cotados para disputar a Presidência da República. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), estão nos radares para uma possível candidatura no próximo ano, entretanto, mais distantes de um apoio de Bolsonaro e com resultados menos animadores nas pesquisas.
Entre os citados, Lula venceria Leite (40% a 36%), Zema (43% a 34%), Eduardo Bolsonaro (45% a 35%) e Caiado (44% a 34%), segundo a pesquisa da Genial/Quaest. (Especial para O Hoje)