O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) divulgou na manhã desta sexta-feira (12) um vídeo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, aparece dormindo e apresentando crises de soluço. O registro, segundo o parlamentar, revela o agravamento do estado de saúde do pai – ponto central da estratégia da defesa, que busca autorização para uma cirurgia emergencial e tenta sustentar um pedido de prisão domiciliar por razões humanitárias.
No vídeo, Bolsonaro enfrenta episódios recorrentes de soluço, que Carlos descreve como parte de um quadro clínico “em deterioração” e que exigiria vigilância permanente. O vereador afirma que o ex-chefe do Executivo necessita de cuidados contínuos e supervisionados, além de alertar para riscos de refluxo severo e broncoaspiração, condição que, segundo ele, poderia levar à morte se não houver monitoramento médico adequado.
Carlos também relatou que há crises “mais sérias” do que as registradas na gravação. Para ele, a combinação entre o refluxo intenso, a fragilidade física e a pressão emocional levaria ao que chamou de “tragédia anunciada”. A família Bolsonaro sustenta, nos autos, que o ex-presidente é idoso, apresenta múltiplos problemas de saúde e precisa de ambiente apropriado para tratamento.
Apesar dos argumentos, Bolsonaro é acompanhado 24 horas por agentes da Polícia Federal, e uma ordem judicial já garantiu acesso irrestrito de seus médicos pessoais. Paralelamente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu à solicitação de cirurgia urgente ao questionar inconsistências nas datas dos exames apresentados pela defesa e a ausência dos problemas descritos nos laudos médicos anteriores à prisão.
Moraes determinou que a Polícia Federal realize uma perícia independente, cujo resultado orientará a decisão sobre manter Bolsonaro detido ou autorizar o procedimento cirúrgico. O ex-presidente cumpre desde 22 de novembro pena decorrente da violação de sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda. O STF confirmou o trânsito em julgado da ação penal nº 2.668 (núcleo 1), fixando a punição em 27 anos e três meses de reclusão — pena que pode cair para dois anos e quatro meses caso o PL da dosimetria seja aprovado.
A defesa reiterou o pedido para que a cirurgia de hérnia inguinal seja realizada antes mesmo da perícia, alegando urgência clínica. O ministro aguarda o laudo da PF para decidir os próximos passos.








