A filiação do deputado federal do Paraná, Pedro Lupion, ao Republicanos é daquelas movimentações que são carregadas de significado político. O evento ocorreu na última quarta-feira (29) em Brasília (DF), na sede do partido, e contou com a presença de autoridades da legenda, como o presidente nacional do partido, o deputado federal Marcos Pereira (SP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB).
Lupion é o líder da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), que reúne 353 deputados e senadores no Congresso Nacional. O deputado é um dos expoentes na representação dos interesses do agronegócio na Câmara dos Deputados e, via articulações, no Senado Federal.
A ida do líder da ‘bancada do agro’ no Congresso para o Republicanos representa as intenções do partido em ampliar os horizontes de interesse político da legenda. A sigla é fortemente ligada à Igreja Universal e, agora, trabalha para ser vinculada também ao agronegócio. O movimento é um recado político, sobretudo em meio às especulações de uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao Palácio do Planalto. Tarcísio iria participar do evento de filiação, mas cancelou a agenda em razão da reunião dos governadores da direita na capital federal para discutir medidas de segurança pública após a megaoperação policial no Rio de Janeiro.
Durante entrevista coletiva após o evento de filiação, Lupion elogiou o governador de São Paulo. “Tarcísio é um excepcional pré-candidato à Presidência da República. Sem dúvida, sendo candidato, terá nosso apoio, bem como o governador Ratinho Jr. (PSD). Queremos fazer uma grande composição”, afirmou o parlamentar, que também ressaltou que a escolha do candidato da direita passa pelo grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O movimento político foi feito em consonância com o presidente nacional do Progressistas, o antigo partido do deputado, senador Ciro Nogueira (PI). No Republicanos, o deputado terá maior protagonismo político, já que irá presidir o diretório estadual do partido no Paraná.
A movimentação mostra a aglutinação da direita e centro-direita, que engloba os setores evangélicos e do agronegócio. Além disso, representa um certo distanciamento do Centrão do bolsonarismo radical, já que, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fora do páreo para 2026, as siglas do bloco no Congresso articulam entre si.
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Reflexo estadual do movimento do Republicanos
No âmbito estadual, é válido lembrar que o Republicanos está na base do governo Ronaldo Caiado (UB). O partido deve caminhar com o vice-governador Daniel Vilela (MDB) na disputa pelo Palácio das Esmeraldas. A posição da sigla aliada a Vilela aponta para o alinhamento e aproximação do vice-governador com o agronegócio e com o voto evangélico.
Pré-candidato da base, Daniel trava um embate pela cooptação do apoio do agro com o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), concorrente ao Executivo estadual que trabalha na articulação de seu projeto político para o ano que vem. Com capital político exacerbado, sobretudo em Goiás, o agronegócio é uma das principais armas eleitorais para os postulantes ao governo do Estado. (Especial para O HOJE)









