Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado nesta terça-feira (6/5) revela graves falhas no controle do INSS sobre os descontos associativos em benefícios previdenciários. O documento de 41 páginas aponta que o instituto não fiscalizou nem combateu fraudes no sistema, baseando-se apenas na “presunção de boa-fé” das entidades envolvidas.
Em uma amostra de 952 beneficiários, 71,1% não tinham documentação adequada para justificar os descontos — situação que, segundo a CGU, deveria ter levado à suspensão imediata dos repasses.
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O relatório critica especialmente a falta de comprovação da capacidade operacional das entidades que faziam os descontos. Em alguns casos, seria necessário processar até 1.569 filiações por hora para justificar o volume de operações, um indicativo de irregularidades. Além disso, o INSS se recusou a prestar informações satisfatórias à CGU durante a investigação, demonstrando “estruturas de controle ineficazes” e morosidade na apuração.
A CGU também destacou que algumas entidades simplesmente não encontraram a documentação solicitada, prometendo cancelar os descontos e ressarcir os beneficiários. No entanto, o relatório enfatiza que a ausência de fiscalização efetiva pelo INSS permitiu que essas irregularidades persistissem.