A guinada radical do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem causado incômodo entre empresários que, até então, viam nele um nome promissor para a Presidência em 2026. As falas inflamadas em apoio a Jair Bolsonaro e os ataques ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, acenderam o sinal de alerta no setor privado.
Tudo começou no fim de agosto, quando Tarcísio prometeu indultar Bolsonaro caso seja eleito presidente. Mas o desconforto aumentou após seu discurso no 7 de Setembro, em que chamou Moraes de “tirano” e disse que o STF julga um “crime que não existiu”.
Até então, Tarcísio era citado com frequência em conversas reservadas como um nome viável fora da polarização entre Lula e Bolsonaro. No entanto, sua postura mais radical tem afastado o empresariado moderado. Para muitos, a defesa da Constituição e do Estado de Direito deve pesar mais do que alinhamentos ideológicos.
Leia mais: Oposição aplaude Fux, que se torna alvo da base do governo Lula
Por exemplo, o empresário Antônio Pipponzi, do grupo RD Saúde, afirmou que o radicalismo desanima os que buscavam equilíbrio. Fábio Barbosa, ex-presidente do Santander e da Febraban, avaliou que Tarcísio “errou na dose” ao tentar agradar a base bolsonarista e pode perder o apoio do centro.
Enquanto isso, outros nomes começam a ganhar força nas rodas empresariais, como os governadores Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Jr. (PR). Para Lawrence Pih, empresário com longa trajetória política, Tarcísio apenas reproduz a linha bolsonarista, sem demonstrar autonomia como liderança nacional. (Especial para O HOJE)
O post Radicalização de Tarcísio causa desconforto no setor produtivo apareceu primeiro em O Hoje.