Bruno Goulart
“Quero sair da política para entrar para a história.” Parodiando Getúlio Vargas com essa declaração, o senador Jorge Kajuru (PSB) voltou a afirmar que pretende encerrar sua trajetória política após aprovar a apelidada “PEC Kajuru”, que propõe o fim da reeleição para prefeitos, governadores e presidentes da República.
Desiludido com os bastidores do poder, o parlamentar afirma estar pronto para deixar o Senado, mas quer garantir antes um legado: o de ser lembrado como o maior senador da história de Goiás, especialmente por sua atuação na saúde e pela luta contra a perpetuação no poder. Além disso, ressalta estar cansado “da politicagem, da traição e da sacanagem” e que deseja voltar ao jornalismo, sua profissão de origem.
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Kajuru rejeitou o argumento de que a proposta traria prejuízo às eleições municipais de 2024, classificando essa ideia como “ridícula”. Para ele, a unificação dos pleitos e o fim da reeleição representariam um golpe duro contra o que chama de “ralo da corrupção”.
“Se você é corrupto, é contra a PEC. Se não é, quer o fim da reeleição. Eleições a cada dois anos consomem R$ 6 bilhões. A cada quatro, R$ 23 bilhões. Tudo isso vai pro ralo”, disparou, destacando que a proposta deve passar tanto no Senado quanto na Câmara, apesar das resistências pontuais, principalmente quanto à redução de mandato de senadores de 8 para 5 anos — ponto que ele diz não se importar.