O Partido dos Trabalhadores (PT) se prepara para uma disputa, no cenário eleitoral de 2026 em Goiás, que irá definir a presença política do partido no Estado e a força do palanque em prol do projeto nacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em solo goiano.
Para as disputas dos cargos legislativos, tanto para a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) quanto para a Câmara dos Deputados, a chapa petista já começou a ganhar forma. Na corrida pela Alego, os principais cotados para disputarem as cadeiras dos deputados estaduais estão os vereadores por Goiânia, Fabrício Rosa (PT) e Kátia Maria (PT), além dos candidatos à reeleição: Mauro Rubem, Antônio Gomide e Bia de Lima.
Nas articulações para deputado federal, Adriana Accorsi e Rubens Otoni são cartas marcadas que tentarão se reeleger para um novo mandato. Nos bastidores, o entendimento é que o partido trabalha para eleger três deputados na Casa Baixa. O vereador Edward Madureira e o sindicalista Delúbio Soares também estão no páreo e trabalham para disputar uma cadeira na Câmara Federal.
A legenda evoluiu em relação aos resultados obtidos em 2022, quando comparados aos de 2018. Na eleição passada, o PT angariou quase 287 mil votos para a Câmara e elegeu Accorsi e Otoni. Na Alego, foram três deputados estaduais eleitos e um total de votos com pouco mais de 228 mil votos. Em 2018, foram 141 mil votos e uma cadeira no legislativo federal e 149 mil votos e duas cadeiras na Assembleia.
O objetivo estadual da sigla é uma chapa forte e competitiva, com intuito de criar um palanque para o presidente Lula no Estado. Porém, ao analisar o quadro petista de prováveis candidatos para os cargos legislativos, é perceptível que os nomes que irão disputar as eleições pelo partido são figurinhas carimbadas – mesmo que isso não seja exclusividade da legenda.
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Renovação no PT
O doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília, Pedro Pietrafesa, destaca que a renovação é essencial para o partido continuar ocupando espaço político no Estado. Porém, alerta que, olhando para 2026, a estratégia deve ser apostar em nomes consolidados.
“Acho importante o PT renovar os seus quadros pensando nos próximos anos, mas para candidaturas fortes e para criar um palanque forte para o Lula em 2026, não há tempo para essa renovação acontecer tão rápido. Só se houvesse algum tipo de fenômeno”, destaca o cientista.
Segundo o especialista, o partido precisa trabalhar na renovação política pensando no pleito de 2030. Pietrafesa afirma que a renovação petista “é fundamental para que o partido consiga, pelo menos, se manter como uma força de oposição nesse primeiro momento e continuar como um ator político importante, do ponto de vista da centro-esquerda aqui no Estado”. Porém, alerta que, para o próximo pleito eleitoral, “é importante que seja alguém com tradição no partido”.
Pietrafesa ainda destaca que o partido, para que o palanque para Lula seja ainda mais robusto, tenha um candidato ao governo do Estado, mas lembrou que é necessário estratégia. Com a possibilidade de reeleição de Accorsi e Otoni em Brasília, o cientista destaca o nome de Edward, que foi o segundo vereador mais votado nas eleições de Goiânia em 2024 e não perderia seu mandato na Câmara Municipal.
“Se for para lançar um nome que dê palanque para o Lula, talvez o Edward Madureira seja esse nome. Assim, o PT não perde os dois mandatos de deputado federal [de Accorsi e Otoni], que serão fundamentais caso o Lula ganhe as eleições, para que o presidente crie uma base mais sólida para um eventual quarto mandato”, concluiu.










