O projeto da Prefeitura de Goiânia que solicita a prorrogação da calamidade pública financeira voltou a movimentar os bastidores da política goiana. Após a sinalização de que a discussão aconteceria somente após o recesso parlamentar, em agosto, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), convocou uma sessão extraordinária híbrida, para a próxima quinta-feira (3), na qual o projeto será pautado. Enquanto isso, o prefeito Sandro Mabel (União Brasil) procura os deputados estaduais para angariar apoio à matéria.
A pauta causa incômodo e divide os parlamentares, sobretudo pelo parecer negativo do Tribunal de Contas do Município de Goiás (TCM-GO). Preocupado, o prefeito saiu a campo para convencer os deputados a aprovarem a matéria — que já foi pivô de discussões acaloradas no plenário do parlamento goiano.
A matéria ganhou força na Casa após o líder do União Brasil na Assembleia, o deputado Lincoln Tejota, garantir na última semana que a orientação do partido era para que os parlamentares votassem a favor do projeto do Executivo da Capital. A leitura da declaração é que tratou-se de um recado para a base governista.
Ao O HOJE, o deputado Virmondes Cruvinel (União Brasil) antecipou que votará a favor da prorrogação da calamidade. Relator da calamidade aprovada no início do ano, Cruvinel afirmou que “todo esforço sério do prefeito Sandro Mabel para sanar o rombo herdado da gestão anterior terá o nosso apoio firme e responsável”. O deputado alegou que o prefeito possui “legitimidade” para solicitar a prorrogação do projeto, pois “foi eleito com o compromisso de colocar a casa em ordem diante do caos em vários serviços municipais”.
Além disso, o parlamentar argumentou que a “ausência de registro de despesas e a maquiagem contábil nos relatórios ao TCM prejudicam a análise da real situação das contas”. “O decreto de calamidade é uma medida técnica e necessária diante da gravidade das finanças e da omissão deliberada da gestão anterior. É hora de unir esforços e virar a página do descaso para que Goiânia volte a ter rumo”, afirmou Virmondes.
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Procurado por Mabel
O deputado Eduardo Prado (PL) confirmou à reportagem do jornal O HOJE que foi procurado por Mabel, que pediu o apoio do parlamentar. Porém, Prado afirmou que não estará presente na sessão extraordinária.
Entre os parlamentares da oposição, parte deles continua irredutível ao avanço da matéria. O deputado Antônio Gomide (PT) confirmou ao O HOJE que mantém o posicionamento contrário em razão do relatório do TCM-GO — que não encontrou motivações para a prorrogação da calamidade.
Voto de confiança
Oposição à direita na Alego, o deputado Paulo Cezar Martins (PL) disse para a reportagem do O HOJE que é favorável à prorrogação da calamidade. O parlamentar alegou que o prefeito precisa de tempo para trabalhar. “Não tenho dificuldade em votar a favor do projeto. Sou oposição, mas não sou do time do quanto pior [para a situação] melhor [para a oposição]”, explicou o deputado. “Agora, não quero discutir o parecer [do TCM-GO], quero dar um voto político de confiança para o Sandro”, concluiu o deputado. (Especial para O Hoje)
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