Bruno Goulart
O entrevistado do quadro Momento Político, do Grupo O HOJE, desta segunda-feira (18), foi o prefeito de Paraúna, Flávio Macarrão (União Brasil). Ao jornalista Wilson Silvestre, o gestor avaliou que o município de pouco mais de 10 mil habitantes, no Oeste goiano, vive um ciclo de evolução expressivo, tanto na infraestrutura urbana quanto nos serviços públicos. Produtor rural e figura popular na cidade, Macarrão assumiu a administração em 2023 após suceder Paulo do Lusitana, que, segundo o prefeito, deixou um legado sólido de equilíbrio fiscal e avanços estruturais. “Pegamos um legado ótimo. O sarrafo ficou muito alto e nosso desafio é manter e ampliar o que já foi feito”, disse em entrevista.
Entre os pontos destacados pelo gestor estão os indicadores de saneamento, iluminação e urbanização: Paraúna hoje tem 100% de cobertura de água tratada, esgoto, pavimentação e LED. Também se consolidou como referência em saúde, com uma rede municipal que tem reduzido a necessidade de encaminhamentos para Goiânia. Essa estrutura rendeu ao município o prêmio “Saúde Ouro” do Estado, recebido pela equipe da Secretaria de Saúde no Rio de Janeiro. “Não é politicagem, é trabalho técnico. Nossa aprovação na saúde passa de 80%”, enfatizou.
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Apesar disso, Macarrão alerta para a fragilidade do sistema em todo o País. Para o prefeito, os custos elevados e a alta demanda tornam a saúde o maior gargalo de qualquer município. “É um saco sem fundo, muito caro e complexo de manter. Tenho medo de ver o sistema colapsar, seja no nível municipal, estadual ou federal”, afirmou. Segundo o prefeito, pesquisas de opinião em Paraúna apontam a saúde como prioridade absoluta da população, seguida por demandas como festas, habitação, segurança e educação.
Jornalista Wilson Silvestre conduziu entrevista com o prefeito de Paraúna, do oeste goiano. Foto: Welder Borges/O HOJE
Na educação, o município também colhe resultados do legado da gestão anterior e já implementou um plano de carreira para professores, além de melhorias na rede escolar. Embora reconheça que ainda existe demanda reprimida por creches, Macarrão garante que o serviço está “bem resolvido”, com previsão de construção de pelo menos mais uma unidade nos próximos anos. “Antes de expandir, precisamos melhorar o que já existe”, pontuou.
Outra frente de atuação destacada foi a infraestrutura rural. Paraúna, com forte vocação agropecuária, recebeu manutenção em mais de 600 quilômetros de estradas desde o início da gestão. A patrulha mecanizada, apoiada pelo Estado e pela Goinfra, atua de forma planejada em parceria com a prefeitura. “Vindo do agro, estrada ruim é inaceitável. É uma marca da nossa administração manter as vias em boas condições”, comentou.
Política nacional
Se os números locais animam, o cenário nacional preocupa. Macarrão afirma que o setor produtivo vive um momento de apreensão diante do aumento dos custos e da queda nos preços agrícolas. O gestor citou exemplos da sua própria experiência como produtor: “Vendi arroz há dois anos a R$ 120. Este ano foi a R$ 90, com custo maior. Feijão chega a R$ 170, mas os insumos também dispararam. Como fecha a conta?”. Para o prefeito, o endividamento crescente do agronegócio é reflexo de um governo federal que “parece omisso” diante da crise.
Segundo Macarrão, muitos agricultores têm reduzido tecnologia e cortado funcionários, o que compromete a produtividade nos anos seguintes. “O produtor deixou de ser amador e virou empresário, mas está perdendo expectativa, ânimo e prazer em produzir. Isso é grave, porque desestimula e pode paralisar a engrenagem do setor”, avaliou.
Alinhamento com Caiado
Durante a entrevista, o prefeito de Paraúna reafirmou seu alinhamento com o governador Ronaldo Caiado (UB), que, segundo Macarrão, fez um governo “institucional e equilibrado”, com altos índices de aprovação. Para 2026, o gestor aposta no vice-governador Daniel Vilela (MDB) como sucessor natural. Embora reconheça que o emedebista não tenha experiência executiva, ressalta seu histórico como vereador, deputado e filho do ex-governador Maguito Vilela. “Daniel tem raça e uma herança política que pesa muito. Acredito que dará certo”, declarou.
O prefeito pondera, no entanto, que o cenário eleitoral será mais competitivo do que em 2018 e 2022. Diferente de Caiado, que não teve oposição forte, Daniel poderá enfrentar nomes como o senador Wilder Morais (PL) e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). (Especial para O HOJE)
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