Nilson Gomes
Diversos grupos já governaram Goiás e, a partir dos anos 1990, o Distrito Federal. À parte os adesistas, ratos que abandonam o navio do início ao fim da inundação, os casos de sucesso se revezam entre os que se mantêm fiéis. No último meio século, que começa com um Caiado (Leonino) e se conclui com outro (Ronaldo), seis partidários dos militares chegaram ao governo, seguidos de três do MDB (Iris, Santillo e Maguito) e dois do marconismo (Marconi e Alcides).
Ronaldo Caiado ficou fora do Executivo em todo o período do MDB. Iris e Maguito permaneceram sem cargos estaduais nos quatro mandatos de Marconi, nos dois de Alcides e no 1º de Caiado. Mas os fiéis até a morte (dos adversários) obtiveram a coroa de volta. É a força da lealdade. Um exemplo atual (no caso, bom) é Gustavo Gayer, que lidera com folga a disputa para o Senado com apenas uma bandeira, a de Jair Bolsonaro. Obteve 200 mil votos para deputado federal sem comprar.
Outra lição (no caso, ruim): Marconi perdeu duas vezes seguidas para senador liderando ambas, com a mesma deficiência – não se engajou nas candidaturas a presidente. A lição vale para todos. Como seu partido estava com outro candidato a presidente, Caiado não apoiou Jair Bolsonaro no 1° turno em 2018 nem em 2022.
Na próxima, seu nome estará na urna como presidenciável e sua esposa, Gracinha Caiado, a senadora. Então, é necessário que ambos estejam com Bolsonaro o tempo todo, mesmo ele em prisão domiciliar. Se houver mais manifestação, o casal precisa estar. Aliás, deveriam ter ido nas de domingo — hoje, ele já seria o escolhido da direita.
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