Os nomes que possuem mais destaque para concorrer ao Governo de Goiás em 2026 começam a surgir e, em torno deles, têm-se início as especulações sobre qual o possível discurso cada um pode adotar para defender suas pautas e, também, criticar seus opositores. Os principais e possíveis candidatos a disputar o comando do Palácio das Esmeraldas são o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o senador Wilder Morais (PL).
É grande a expectativa de que o embate se concentre entre os dois primeiros nomes, até porque Wilder Morais pouco menciona a possibilidade de disputar a chefia do Executivo goiano e, ainda, pelo fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não ter revelado o seu apoio a um candidato que deva concorrer às eleições presidenciais. Grande parte da direita diz acreditar que isso pode gerar problemas para aqueles que desejam se candidatar pela sigla nos Estados e, como consequência, a tão especulada candidatura de Wilder possa ser enfraquecida em decorrência da demora da escolha de Bolsonaro, que ainda não está definida.
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Para avaliar as possíveis posturas durante o período eleitoral em Goiás, a reportagem de O HOJE ouviu o mestre em História e especialista em políticas públicas Tiago Zancopé sobre as movimentações dos principais pré-candidatos ao governo. “Marconi Perillo deve destacar que a gestão atual deveria ter feito mais pela educação, como uma possível reestruturação da UEG [Universidade Estadual de Goiás]. Isso porque Marconi carrega muito consigo a bandeira de que ele criou a UEG, de que a universidade é uma invenção dele e de que sua gestão não teria fechado nenhum campus.”
Zancopé aponta que o tucano e ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, tende a usar o contrato do Governo do Estado com o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) como crítica à gestão de Ronaldo Caiado (UB) e ao nove da base caiadista, o vice-governador Daniel Vilela. Porém, o estudioso em políticas públicas diz acreditar que esse não seria um argumento forte e adequado para se fazer durante o período eleitoral com vista aos avanços promovidos pela gestão de Caiado na área de segurança, educação e infraestrutura.
A contratação do Ifag para definir as obras com recursos do Fundeinfra gerou repercussão, com ação do Diretório Nacional do PT no Supremo Tribunal Federal (STF) – (Créditos: Goinfra)
“Marconi deve bater na tecla do contrato do Ifag, só que isso é um argumento muito técnico e de difícil compreensão por parte da população.” A contratação do Ifag para definir as obras com recursos do Fundeinfra gerou repercussão, com ação do Diretório Nacional do PT no Supremo Tribunal Federal (STF), que aponta possível inconstitucionalidade do processo de parceria com o instituto. Depois de liminar concedida pelo relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, as obras em andamento foram autorizadas a continuar.
Discurso do “tempo novo”
O cientista político Lehninger Mota aposta que o discurso de Marconi deve ser voltado para o acúmulo de experiência que o ex-governador possui pelos anos à frente do Executivo goiano. “O Marconi vai usar um discurso voltado para o acúmulo de experiência que ele tem em comparação com Daniel Vilela. Os argumentos contra o tucano podem ser relacionados ao fato de que Perillo já foi governador várias vezes e também por seu envolvimento em escândalos de corrupção.”
Para Mota, Wilder Morais deve concentrar sua campanha em torno do reconhecimento do Estado de Goiás como um território onde a maioria da população se identifica com os valores da direita. “Wilder tem o discurso de que Goiás é um Estado da direita e ele é um representante legítimo. Esse será o discurso dele. Tem também a questão da experiência que o mesmo possui na vida privada, pois Morais é um empresário de sucesso e tem dois mandatos como senador”, observa.
Escolhido por Caiado
Por fim, o cientista político comenta sobre os argumentos que o vice-governador Daniel Vilela pode utilizar contra seus opositores. “O vice-governador, por sua vez, vai destacar que é o candidato escolhido por Caiado para dar continuidade em tudo o que está sendo feito por Goiás”, pontua Mota. (Especial para O HOJE)










