Em meio à crise provocada pelo aumento do IOF em transações internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um gesto público de aproximação ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e defendeu a necessidade de construir maioria no Congresso para aprovar medidas de interesse nacional. O aceno ocorreu neste domingo (1º), durante a convenção nacional do PSB, dias após o Planalto sofrer forte reação de parlamentares à medida que aumentava em 3,5% a alíquota para algumas operações financeiras externas.
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A proposta, voltada a elevar a arrecadação ainda neste ano, enfrentou resistência imediata do setor financeiro e de líderes das duas Casas. Após o desgaste, o Ministério da Fazenda recuou parcialmente, mas a pressão continuou. No centro das negociações, Motta articulou alternativas, incluindo a ampliação do grupo de trabalho da reforma administrativa para sugerir medidas fiscais sem aumento de impostos. O grupo, coordenado por Pedro Paulo (PSD-RJ), terá 45 dias para apresentar propostas.
Lula aproveitou o episódio para reforçar a importância de envolver parlamentares em decisões estratégicas e até em viagens internacionais. Segundo ele, essa participação fortalece o entendimento sobre acordos e facilita a articulação política. “Estamos convencidos de que todas as decisões em benefício do povo devem ser tomadas na construção da maioria”, afirmou.