A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) teve seu início oficial no final da manhã desta segunda-feira (10), em Belém (PA). A abertura começou com o discurso do diplomata André Corrêa do Lago, que na ocasião, assumiu a cadeira de presidente da COP, e afirmou que o multilateralismo é o caminho. Após algumas apresentações culturais, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva deu início ao seu pronunciamento lembrando e homenageando o povo do Pará. “Tirem proveito do carinho e da culinária desse povo”, disse.A mudança do clima não é uma ameaça do futuro, é uma tragédia do presente – reforçou Lula, que citou “o furacão Melissa que fustigou o Caribe e o tornado que atingiu o Estado do Paraná, no Sul do Brasil”. O presidente também deixou claro que a emergência climática é uma crise de desigualdade. “Que a serenidade da floresta inspire todos nós e nos dê clareza de pensamento necessário para ver o que precisa ser feito”, disse Lula.
Durante o discurso de abertura, o presidente Lula também lembrou que foi uma decisão muito audaciosa levar a Conferência para uma cidade que ainda não estava totalmente preparada para isso. Mas que, no entanto, essas decisões ousadas são fundamentais porque ela serve de exemplo também para a audácia que será necessária para resolver as questões do meio ambiente. O presidente falou também, e nesse momento especificamente ele foi aplaudido, que é um absurdo, que o mundo gaste com guerra e não com desmatamento.
Para o presidente, o importante é que os participantes da COP 30 e os líderes de todas as partes do planeta, que de uma certa maneira, representam um desejo de que, as guerras terminem e que toda essa energia da humanidade, se volte para resolver o problema principal, que é o problema das mudanças climáticas.
Durante a abertura da COP 30, o presidente Lula afirmou que é necessário “impor uma nova derrota aos negacionistas”. (Crédito: reprodução)
Ao todo 194 países confirmaram e estarão representados a partir de hoje, e tentarão transformar compromissos políticos em metas concretas, com prazos e recursos definidos. Cerca de 50 mil pessoas ao longo dos 10 dias de evento – entre diplomatas, líderes, ativistas, cientistas e empresários — que participam do encontro que vai 21 de novembro.
A COP30, a primeira realizada na Amazônia, começou sob a expectativa de duas semanas decisivas para o futuro climático do planeta. No centro das negociações, três temas dominam a pauta: a aceleração da transição energética, o aumento do financiamento climático e a preservação das florestas tropicais. O Brasil tenta liderar o debate e construir consensos, mas enfrenta um cenário político complexo, marcado pela ausência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pela resistência de outros países-chave. Ainda assim, o clima é de mobilização e esperança — o momento de transformar discursos em ações concretas chegou.
O presidente Lula participou da abertura oficial da COP 30, sendo o único chefe de Estado presente na cerimônia, já que a maior parte dos líderes já foram embora – participaram da Cúpula do Clima, quinta e sexta, e voltaram para os seus países. Até o secretário-geral da ONU, António Guterres, já está fora do Brasil. Ele volta mais para o final da COP, mas não participou da abertura de hoje. À noite, o presidente Lula deve acompanhar um espetáculo em juca-piranga, no Teatro da Paz, com texto de Paulo Coelho e trilha sonora de Gilberto Gil.
Não há expectativa de que Lula fique em Belém durante toda a COP. Mas, apesar disso, como o próprio presidente disse durante a abertura, é que a capital do Brasil até o final da COP é em Belém do Pará. Mas não há expectativas de que o presidente fique em Belém durante os 12 dias da COP. A expectativa é que ele deve voltar a Brasília e depois retorna à Belém para o encerramento da Cúpula do Clima.
Há tempo que estamos falando de COP30. Tanta coisa já aconteceu, tantos líderes já passaram por Belém. Agora, começa o trabalho, de fato, das delegações. A Conferência do Clima tem sim, grandes desafios de negociação por vir. Mas, também é a hora de apostar algumas fichas na esperança e não apenas no ceticismo. Acreditar que a junção de ideias levará a algum campo de soluções.
A edição de 2025 é simbólica. Além de marcar os dez anos do Acordo de Paris, ela ocorre num momento em que 2025 deve encerrar entre os anos mais quentes já registrados no planeta, segundo o observatório europeu Copernicus.
As reuniões são divididas em blocos. Então, tem blocos regionais, tem blocos de países mais vulneráveis ao extremo climático, bloco de países ricos, blocos de países que são muito ligados ao petróleo. Esses países, esses negociadores se juntam em blocos para fazer pressão uns aos outros. Como na COP os temas não são postos em votação, em Belém tudo tem que ser resolvido por consenso.
No total, 13 ministros, 6 governadores e 5 senadores participam da cerimônia que inaugura a conferência. Entre os ministros presentes estão Marina Silva (Meio Ambiente), Rui Costa (Casa Civil), Margareth Menezes (Cultura) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Também participaram os governadores Helder Barbalho, anfitrião do evento, Jerônimo Rodrigues, Rafael Fonteles, Carlos Brandão, Renato Casagrande e Antônio Denarium.
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