O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (23) que será candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. O pronunciamento foi feito durante sua viagem oficial à Indonésia, na Ásia, ao lado do presidente do país, Prabowo Subianto. Caso eleito, Lula iniciaria um quarto mandato, após ter governado o Brasil entre 2003 e 2010 e reassumido o cargo em 2023.
Durante o discurso no palácio presidencial indonésio, o chefe do Executivo afirmou que mantém o vigor político e físico necessários para mais uma disputa eleitoral. “Vou disputar um quarto mandato no Brasil. Eu estou lhe dizendo isso porque nós ainda vamos nos encontrar muitas vezes. Esse primeiro mandato só termina em 2026, no final do ano. Mas eu estou preparado para disputar outras eleições”, declarou. Em tom descontraído, o petista completou: “Eu vou completar 80 anos, mas estou com a mesma energia de quando eu tinha 30”.
Encontro bilateral e novos acordos
A confirmação da candidatura ocorreu no contexto de uma agenda diplomática voltada ao fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Indonésia. Lula participou de um encontro com Prabowo Subianto, onde defendeu o multilateralismo e criticou o protecionismo econômico. Segundo ele, é necessário “mudar a forma de agir comercialmente para não ficar dependente de ninguém”.
“Queremos comércio livre e, mais ainda, tanto a Indonésia quanto o Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre nós dois e com as nossas moedas. O século XXI exige coragem que não tivemos no século 20. Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Queremos democracia comercial e não protecionismo”, afirmou o presidente brasileiro.
Durante a reunião, os dois países assinaram uma série de acordos de cooperação nas áreas de agricultura, mineração, energia, ciência, defesa e estatística. As negociações fazem parte de uma estratégia do governo brasileiro para ampliar a presença comercial no Sudeste Asiático.
O presidente brasileiro (esq.) ao lado do presidente indonésio (dir.), no Palácio Merdeka, em Jacarta
Relação econômica e presença do agronegócio
Nesta quinta-feira (23), Lula também participou de um fórum econômico com cerca de 200 empresários brasileiros e indonésios. O objetivo foi atrair investimentos e abrir novos mercados para produtos nacionais, especialmente na exportação de proteína animal. A Indonésia, que se tornou membro pleno do Brics em janeiro de 2025, tem a quarta maior população do mundo e é o terceiro principal destino das exportações brasileiras de carne.
Representantes do agronegócio acompanharam a comitiva presidencial e buscam ampliar a participação do Brasil no mercado local. Segundo dados do Ministério da Agricultura, o país asiático importa grandes volumes de carne bovina e de frango, setores em que o Brasil é líder mundial em exportações.
Além das pautas comerciais, o encontro tratou de cooperação tecnológica e de sustentabilidade. O governo indonésio demonstrou interesse em parcerias para desenvolver projetos de energia renovável e manejo florestal, áreas em que o Brasil tem buscado aumentar investimentos e exportar conhecimento técnico.
Agenda internacional e compromissos diplomáticos de Lula
Após a visita à Indonésia, Lula deve se reunir nesta sexta-feira (24) com o secretário-geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). O encontro tem como pauta a ampliação da presença diplomática brasileira no bloco e o fortalecimento de acordos comerciais regionais.
Ainda segundo a agenda oficial, o presidente embarca em seguida para Kuala Lumpur, na Malásia, onde participará de reuniões bilaterais e de um evento com empresários locais. Essa viagem faz parte da política de aproximação do Brasil com países do Sudeste Asiático, região que tem crescido economicamente e se consolidado como destino estratégico para exportações brasileiras.
Lula tem usado as viagens internacionais para reforçar laços econômicos e buscar novos mercados, especialmente para produtos agrícolas e de energia. Desde o início de seu mandato, o presidente participou de encontros com líderes de países como China, Índia e África do Sul, além de eventos ligados ao Brics, bloco que reúne as principais economias emergentes.
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