O empresário Ami Benício nasceu em Nova Crixás, no Vale do Araguaia, e se orgulha de ser conterrâneo do título eleitoral de Ronaldo Caiado. Desde adolescente, se acostumou a acompanhar o então deputado federal, depois senador e há sete anos governador. A cidade inteira esperava o dia das urnas de olho em um votante. Era a vez de ver a maior autoridade que frequentava a vizinhança por ter investimentos. Agora, segundo ele, o governador foi seguido por diversos outros ilustres. É o Vale do Araguaia, que o Governo de Goiás vai ligar a outra região antes esquecida, a Norte, com rodovias duplicadas.
Os pais de Ami moram em Montividiu do Norte, na divisa com o Tocantins, e ele desde a juventude vive na “ponte aérea, só que terrestre”, como brinca, entre os dois polos do Estado. O que o fez ser notícia nos últimos meses foram três eventos em fazendas de Nova Crixás – e, claro, Caiado estava lá. No finalzinho de setembro, foi feita ali a Abertura Estadual do Plantio da Soja Safra 2025/26. O que apareceu na mídia nacional foram as imagens de dezenas de aeronaves. “Aqui sempre tem muitos jatos, mas dessa vez lá eram 20 aviões por vez”, conta o empresário.
Pode não ser a “Dubai do Cerrado”, como Ami diz que Nova Crixás está sendo chamada, mas no mínimo as transformações se evidenciam. A melhor notícia foi dada recentemente pelo governador e por Pedro Sales, presidente da Agência de Infraestrutura, a Goinfra. No início de seu 1º mandato no Executivo, Caiado completou a duplicação de Goiânia até a Cidade de Goiás e agora vai estendê-la até Araguapaz. Seu sucessor deve continuar os trabalhos e chegar com as pistas duplas até Aruanã, para beneficiar o turismo, e à BR-153, que a essa altura também estará em obras de duplicação.
Goiás chegou a um ponto em que o turista que vai à Cidade de Goiás e a Aruanã é igual ao empresário que procura terras para plantar ou criar em Itaberaí ou Campinorte: eles querem tecnologia e bem-estar. Não é só ser uma esquina do mundo, como Uruaçu é – é estar antenada com o mundo.
Ami diz que a própria rodovia estadual que sai de Araguapaz rumo a Porangatu, a última cidade na BR-153 antes do Tocantins, foi entregue bem melhor nos últimos tempos, mas nada que se compare à duplicação.
Desde o 1º governo de Iris Rezende, a partir de 1983, o Estado vem ampliando a sua malha viária. Onofre Quinan, que cumpriu o período depois de Iris ir para o Ministério da Agricultura, tocou as obras em construção.
Henrique Santillo foi muito atrapalhado pela perseguição de Iris, que pressionou o presidente José Sarney para impedir parcerias com Goiás, inclusive o aval de empréstimo para asfalto, no PPM, Programa de Pavimentação Municipal, e resolver as pendências do Césio 137.
Iris voltou depois de Santillo e usufruiu do financiamento viabilizado por Santillo e inviabilizado por ele mesmo. Foi bom porque espalhou chão preto pelo Estado. Maguito Vilela focou mais no social, até porque herdou o Estado em frangalhos. Veio Marconi e permaneceu investindo em estrutura.
Alcides Rodrigues pegou escombros, quitou dívidas e deixou Goiás pronto para a nova leva de obras, para a qual a presidente Dilma Rousseff mandou R$ 13 bilhões já no 3º governo de Marconi.
Com Caiado, o raio se ampliou e, agora, se tornará irradiante mesmo
Com Caiado, o raio se ampliou e, agora, se tornará irradiante mesmo. O planejamento está excelente, a expectativa está na burocracia, pois o Supremo Tribunal Federal impediu a grande novidade que poderia ser usada como precedente, a de fazer as obras sem depender da máfia das empreiteiras. Mesmo assim, é preciso ficar confiante na ligação entre os modais, conforme acreditam os prefeitos das duas maiores cidades do Norte, Uruaçu, Azarias Machadinho, e Porangatu, Vanuza Valadares.
Foto: Divulgação/ Goinfra
Na opinião dos dois, o Norte já mostrou força na mineração, pois todos os municípios têm algo a oferecer ao mundo, como as terras raras de Minaçu, as esmeraldas de Campos Verdes, o ouro de Crixás, o níquel de Niquelândia e Barro Alto, o cobre e o ouro de Alto Horizonte.
A integração dos modais será de rodovias federais e estaduais e das ferrovias que já existem, como a Norte-Sul, e as que estão sendo construídas e vão ligar desde a Ferrogrão, com enorme pátio em Rio Verde comprado no mandato do prefeito Paulo do Vale, à Fico, a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, em Santa Terezinha de Goiás, baseada em imenso canteiro de obras.
Nas épocas de Iris, Santillo e Onofre Quinan, ainda se aceitava rodovia com acostamento estreito ou até sem. A realidade de Goiás mudou muito e para melhor. São milhares de caminhões transportando produtos fabricados em Aparecida de Goiânia, Goiânia e outras zonas industriais; o minério que está para todo lado; a cana, os hortifrútis, as confecções, os grãos, o algodão. O espaço agora é para o que tem de melhor no mundo – já não se tolera mais o asfalto que todo ano demanda tapa-buraco.
Em Mara Rosa, capital brasileira do açafrão, também tem tudo o que as demais ostentam de melhor, como o minério e o grão. Agora, é dentro de suas fronteiras que a Fico parte rumo a Água Boa, no Mato Grosso. Com tamanha integração, a intensa movimentação da JBS em Mozarlândia, trazendo gado de centenas de quilômetros, será mais segura e confortável nas GOs e BRs duplicadas.
O desafio para o próximo governo é conseguir fazer ao menos o que seus antecessores deram conta. Agora, são mãos à obra de Ami e dos demais empresários que ligam as riquezas minerais de Montividiu do Norte à produção pecuária de Nova Crixás, as belezas do Rio Araguaia, em Aruanã e São Miguel do Araguaia, com seus projetos de irrigação, os indígenas de Nova América, as praias urbanas de Minaçu, tão linda e de solo inigualável…









