A extrema direita nacional vive mais um momento delicado que escancara a fragmentação da união de seus membros. Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encontra-se sob medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), há suspeitas de que seus aliados se aproveitam da situação para testar possibilidades de novos cargos nas eleições de 2026, inclusive para a presidência do País. É o caso do chefe do Executivo de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que lançou sua pré-candidatura à Presidência da República no último sábado (16), decisão suficiente para dar o que falar entre a oposição do governo, principalmente quando o discurso parte dos filhos do ex-presidente.
Em resposta à afirmação do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) de que “governadores de direita agem como ratos e oportunistas”, Zema não escondeu a surpresa diante de tais declarações, mas relevou as falas pois, segundo o mineiro, “até marido e mulher discordam”. Observa-se que os alvos da indireta de Carlos Bolsonaro, apoiada por seu irmão e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), têm unificado o discurso quando interrogados sobre as falas dos filhos do ex-presidente.
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Governadores dizem acreditar que as ditas ações de Carlos e Eduardo são resultado da situação em que a família de Bolsonaro se encontra, no que diz respeito à sua prisão domiciliar, à permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, dentre outros fatores que podem servir de motivo para descontentar os principais membros do bolsonarismo no País.
O governador de Minas disse se solidarizar com o momento atual da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nós à direita temos as mesmas propostas, estamos lutando pelos mesmos objetivos. Então, eu fico surpreso [pela fala de Carlos], mas compreendo e me solidarizo com a família, que tem vivido um momento difícil”, expressa Zema. Durante o evento de lançamento de sua pré-candidatura, o mineiro não descartou a possibilidade de compor com outros partidos se Bolsonaro pedir.
“Eu já participei de duas campanhas, em 2018 e em 2022, e sempre falo que, no decorrer da campanha, ajustes feitos pelos partidos políticos sempre são possíveis”, declarou ao ser questionado se abriria mão de sair à presidência caso Bolsonaro pedisse. “Vejo com naturalidade essas mudanças na política. Vai depender muito das conversas entre os partidos”, pontua Zema.
Mesmo discurso
O chefe do Executivo goiano, Ronaldo Caiado (UB), não destoa da posição do mineiro quanto às críticas de Carlos e Eduardo aos governadores de direita. Em entrevista à GloboNews nesta segunda (18), Caiado se posicionou em solidariedade à família do ex-presidente quando interrogado sobre as ditas declarações. “Eu entendo esse desabafo de um filho que vê um pai em uma prisão domiciliar sem sequer ser julgado. Agora, o importante é que nós, governadores, e os pré- candidatos, nós temos um foco bem claro para poder chegar a um resultado final… O que eu quero dizer é que temos que priorizar não perder o rumo e nem o eixo daquilo que nós, governadores e pré-candidatos, tanto o Tarcísio, quanto o Ratinho Jr., quanto o Zema, quanto eu [Caiado], já definimos.”
O governador goiano insiste na pauta de anistia aos envolvidos por atos no 8 de janeiro como discurso viável para o ganho de popularidade na disputa eleitoral do próximo ano. Caiado também reforça o interesse dos governadores de direita pela presidência com o objetivo de derrotar Lula em 2026.
“O nosso objetivo é, exatamente, chegar a resultados pela via democrática e a via democrática é derrotar o Lula em 2026. Então, esta é a posição. A partir daí, nós cumpriremos todos aqueles compromissos, pelo menos de minha parte eu me comprometi que, se eu chegar ao governo como presidente da República, eu já terei passado pelas urnas e terei pleno poder, como presidente, de anistiar todas as pessoas do 8 de janeiro e, com isso, pacificar o Brasil e governar o País com objetivos, igual governei o Estado de Goiás”, ressalta Caiado. (Especial para O HOJE)
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