O advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis, movimentou R$ 23,5 milhões entre fevereiro de 2023 e julho de 2025, segundo relatórios enviados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à CPMI do INSS. As transações, consideradas atípicas, teriam ocorrido tanto em sua conta pessoal quanto no escritório de advocacia que leva seu nome.
Apesar de declarar renda mensal de R$ 13,3 mil, Eric recebeu valores que chamaram a atenção do órgão. De acordo com o Coaf, houve forte concentração de operações via PIX, muitas delas envolvem empresas suspeitas, como a Prospect Consultoria, ligada ao lobista conhecido como “Careca do INSS”. Além disso, Eric teria recebido R$ 1,4 milhão do próprio escritório, da Prospect e da Acca Consultoria.
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Segundo os documentos, a suspeita é de que Eric recebia propina em nome do pai, exonerado do cargo em julho de 2024 após denúncias de fraude bilionária em descontos irregulares de aposentadorias e pensões. A Polícia Federal, por meio da Operação Sem Desconto, apura se a atuação do escritório serviu para movimentar recursos a favor de André Fidelis.
Ainda conforme os relatórios, a sociedade individual de advocacia de Eric recebeu R$ 6,6 milhões e distribuiu R$ 5,3 milhões no período analisado. Essa não é a primeira vez que o filho do ex-diretor aparece nos radares do Coaf: em junho, já havia sido identificado enquanto movimentava R$ 10,4 milhões.
O Coaf concluiu que houve incompatibilidade entre o patrimônio declarado, a atividade profissional e o volume financeiro. (Especial para O HOJE)