Um caso que mistura tecnologia, crime e fuga internacional terminou com a condenação do ex-servidor comissionado da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Josemar Alencar Linhares de Oliveira, a 8 anos e 4 meses de prisão. A Justiça goiana o considerou mentor do sequestro de um empresário paulista do ramo de criptomoedas, episódio que teve desfecho cinematográfico, com troca de tiros, morte de comparsas e extradição dos Estados Unidos.
Armadilha milionária
De acordo com o processo, Josemar que já foi candidato a vereador em Goiânia pelo antigo PSL teria atraído a vítima de São Paulo para Goiás com a promessa de intermediar negócios de oferta de crédito. Com fama de “bom trânsito entre empresários”, ele se apresentou como parceiro de confiança. Mas, segundo a acusação, tudo não passava de um plano para ter acesso aos criptoativos do empresário, avaliados em valores milionários.
Durante o julgamento, Josemar negou qualquer participação, mas as provas reunidas pela polícia e pelo Ministério Público convenceram a Justiça de que ele premeditou e orquestrou o crime.
Confronto na estrada
O sequestro aconteceu em uma rodovia goiana e terminou de forma violenta. O empresário era mantido sob a mira de armas quando a Polícia Militar interceptou o carro.
Na abordagem, houve troca de tiros: dois comparsas de Josemar morreram no local e um terceiro suspeito conseguiu fugir. A vítima escapou sem ferimentos, mas antes do resgate os criminosos já haviam conseguido sacar cerca de R$ 7 mil de suas contas. A investigação aponta que, se não fosse a ação da polícia, o empresário poderia ter sido executado.
Fuga para Miami e captura
Após o crime, Josemar tentou driblar a Justiça. Ele viajou para Miami, na Flórida, e foi preso preventivamente e extraditado em julho deste ano, apenas dois dias depois de deixar o Brasil. Durante a audiência, afirmou que a viagem tinha como objetivo visitar os filhos e que não pretendia fugir. A Justiça, no entanto, entendeu que a saída do país foi uma estratégia para evitar a prisão.
Desligado da Alego
Em nota, a Assembleia Legislativa de Goiás informou que Josemar não faz mais parte do quadro de servidores. Ele foi exonerado logo após a prisão e deportação. O caso chamou atenção por envolver criptomoedas, um mercado que movimenta bilhões de reais e tem sido alvo crescente de golpes e crimes em todo o mundo.
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