O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira (6) que representantes americanos e chineses têm encontro marcado para esta segunda-feira (9), em Londres, com o objetivo de discutir questões comerciais entre os dois países.
Segundo publicação feita por Trump na rede Truth Social, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o Representante Comercial dos EUA, embaixador Jamieson Greer, participarão da reunião com autoridades chinesas para tratar do Acordo Comercial. A declaração veio após uma conversa telefônica de 90 minutos entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping, realizada na quinta-feira (5). Após o diálogo, o líder americano demonstrou otimismo quanto à possibilidade de resolução das tensões comerciais em breve.
O último encontro entre autoridades dos dois países havia ocorrido em 12 de maio, em Genebra, e foi considerado um ponto de inflexão na chamada guerra comercial global. Na ocasião, delegações anunciaram cortes expressivos nas tarifas, historicamente elevadas, impostas mutuamente. A medida provocou reação positiva nos mercados, com bancos de Wall Street reduzindo previsões de recessão e a confiança do consumidor americano apresentando melhora significativa.
Esse cenário contrastava com o vivido em abril, quando o comércio bilateral praticamente paralisou devido a tarifas de até 145% sobre produtos chineses, inviabilizando importações por empresas americanas. No entanto, nas últimas semanas, as tensões voltaram a crescer. Em publicação feita na quarta-feira (4), Trump afirmou que estava “extremamente difícil chegar a um acordo com Xi”. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, também confirmou que as negociações estavam estagnadas, o que teria causado frustração dentro da Casa Branca.
Na semana anterior, Trump chegou a acusar publicamente a China de ter “violado totalmente seu acordo com os EUA”, acrescentando que havia feito um “acordo rápido” para evitar um cenário que considerava grave, mas ironizou: “Tanto faz ser o Sr. CARA GENTIL!”
O governo americano esperava que Pequim suspendesse restrições sobre materiais de terras raras, essenciais para a fabricação de eletrônicos, mas a negativa chinesa resultou em uma série de sanções por parte de Washington. Entre elas, estão alertas às empresas americanas sobre o uso de chips de inteligência artificial da Huawei, restrições à venda de softwares para design de semicondutores e a promessa do Departamento de Estado de revogar vistos de estudantes chineses em território americano. A resposta de Pequim foi dura: o governo chinês acusou os Estados Unidos de provocar “novos atritos econômicos e comerciais”.