O pedido da manifestação popular do dia 21 de setembro será atendido nesta quarta (1). Está marcado para ser votado amanhã (1) o projeto de isenção do imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Porém, ao que tudo indica as atenções não serão limitadas ao texto, tendo em vista que o relator do PL da Dosimetria de Penas, o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-PR), deseja atrelar a votação do projeto sob sua relatoria com o de isenção do IR, o que contraria as exigências feitas no último grande ato em que manifestantes pediam que o Congresso discutisse pautas de interesse da população ao invés de direcionar o foco para a diminuição de penas aos envolvidos no 8 de janeiro. O deputado federal Rubens Otoni (PT-GO) traduz a mensagem transmitida pelo povo durante o ato e ressalta quais são as tarefas que a Câmara deve priorizar como, por exemplo, o projeto de isenção do IR.
“O povo nas ruas deu um recado ao Congresso Nacional. O Congresso tem que estar sintonizado com o dia a dia da população”. O parlamentar goiano destaca os principais pontos a serem discutidos no Congresso. “O que se quer é que o Congresso, Câmara e Senado votem matérias como isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, vote o fim da escala 6×1, vote a tributação para os super ricos, para as grandes fortunas. É isso que o povo brasileiro espera do Congresso Nacional”. Ao O HOJE, o sociólogo Jones Matos afirma que não faz sentido colocar par a par projetos como o PL da Dosimetria e a isenção do IR. “Não faz nenhum sentido essa situação na Câmara dos Deputados. Eu acho difícil vincular a votação da isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais com o PL da Dosimetria de Penas para poder atender os interesses desses grupos que tentaram dar um golpe de Estado no 8 de janeiro”.
Acesse também: STF não é mais o mesmo após julgamento de Bolsonaro?
Para Matos, o relator do projeto que diminui a pena dos condenados na tentativa de golpe de Estado pode “forçar a barra” ao tentar vincular os dois textos. “A situação da Câmara dos Deputados é muito delicada, porque não haverá nenhuma possibilidade de vincular isso. Eu até acho difícil prosperar essa votação da Dosimetria de Penas. Eu acho que o Paulinho da Força está tentando forçar a barra com essa proposta”, pontua o sociólogo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não esconde sua indignação à proposta do deputado Paulinho da Força. Haddad não vê fundamento em votar um projeto que trata de justiça social junto com a dosimetria, pois são projetos diferentes. “Nem me passa pela cabeça que isso possa estar sendo discutido, porque é uma loucura. Você vai submeter um projeto de justiça social e tributária a isso? Faz a discussão que quiser, mas atrelar uma coisa à outra? Vota com a tua consciência no projeto do IR, vota com tua consciência e defende a bandeira que você quiser”, disse o ministro.
Até que enfim, Motta
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), finalmente parece ter dado a largada aos preparativos para votar o projeto de isenção do IR e afirma que o texto será votado amanhã. “Essa construção, ela foi muito bem feita e eu não tenho dúvidas, na próxima quarta-feira, a Câmara vai votar essa matéria que é tão importante para o Brasil”. Sem mencionar se o projeto será vinculado ao PL da Dosimetria, Motta destaca o montante de brasileiros que podem ser beneficiados com a isenção de impostos. “Eu penso que é chegada a hora do plenário se posicionar acerca de um tema tão importante e podermos aprovar essa matéria, que irá beneficiar mais de 15 milhões de pessoas, que serão beneficiadas com essas isenções, já que a Câmara ampliou o espectro de pessoas que serão atendidas”, ressalta Motta.(Especial para O HOJE)
O post Em meio a embates com PL da Dosimetria, Congresso deve votar isenção do IR amanhã apareceu primeiro em O Hoje.










