Às vésperas do retorno dos trabalhos na Câmara Municipal de Goiânia, a relação entre o prefeito Sandro Mabel (União Brasil) e os vereadores que compõem a sua base no parlamento goianiense segue sendo pauta nos bastidores da política goiana. Em meio aos rumores de uma possível engenharia política que levaria a secretária de Governo, Sabrina Garcez, de volta à Câmara para assumir a liderança de Mabel na Casa, parlamentares da base garantem o apoio ao líder do prefeito, Igor Franco (MDB).
A reportagem do O HOJE contatou alguns vereadores da base, que saíram em defesa de Franco e alegaram um bom relacionamento com o emedebista. “Está estável e excelente a relação com ele”, diz o vereador Denício Trindade (União Brasil). Já Pedro Azulão Jr. (MDB) garante que a decisão seria um erro. “Essa é uma decisão pessoal do prefeito. Eu acredito que o Igor está muito bem na liderança, até porque aprovou tudo que o prefeito precisava”, afirma o parlamentar.
Na sequência, Azulão conclui: “É um vereador que tem uma articulação muito boa com todos os vereadores. Acho que vai ser um erro nesse momento, mas é uma decisão pessoal do prefeito”. Welton Lemos (Solidariedade) e Luan Alves (MDB), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) — a principal da Casa —, também destacaram o bom relacionamento com o líder de Mabel e entendem que não existem motivações para que a troca aconteça.
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CEI da Limpa Gyn é o alvo
Não é novidade que o principal entrave entre Mabel e sua base é a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que visa investigar o contrato do consórcio da Limpa Gyn com a Prefeitura de Goiânia. Na última terça-feira (5), o chefe do Executivo goianiense se reuniu com os vereadores que assinaram o requerimento pela instalação da CEI. O almoço foi uma nova tentativa do Paço de desarticular a CEI, que desagrada o prefeito.
Os rumores de uma possível troca de Igor Franco por Sabrina Garcez intensificaram após a CEI ser protocolada em julho, pouco antes do recesso parlamentar. O vereador é um dos assinantes do requerimento, enquanto a secretária é ativa na articulação que visa barrar a instalação da comissão especial. Um dos argumentos para Franco manter seu nome na lista é a tentativa de impedir que parlamentares da oposição assinem o requerimento da comissão.
Apesar dos rumores de possível troca na liderança do prefeito na Câmara, a reunião não teve a participação de Garcez. A ausência da secretária foi vista como uma demonstração de apoio dos vereadores a Franco. A reunião, no entanto, não bateu o martelo em uma decisão sobre o que será feito a respeito da CEI da Limpa Gyn.
Além da CEI da Limpa Gyn, o remanejamento orçamentário no valor 50% também é alvo de alguns vereadores da Casa. O valor foi aprovado em uma emenda à Lei Orçamentária Anual (LOA), de autoria do presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), em 2024. Para o orçamento de 2026, parlamentares sinalizam uma redução abrupta do número. Com a volta dos trabalhos no Parlamento da Capital, na próxima semana, é possível que a discussão ganhe força e seja um aditivo nos impasses entre o Paço Municipal e a Câmara de Goiânia. (Especial para O HOJE)
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