As articulações das bancadas da Câmara Municipal para definir os integrantes da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que visa investigar o contrato da Prefeitura de Goiânia com o consórcio Limpa Gyn, devem ter um desfecho até o fim da semana.
De acordo com as regras de proporcionalidade da Casa, o MDB é a única legenda que pode indicar mais de um parlamentar. A comissão será formada por duas indicações dos emedebistas e uma indicação das bancadas do PL, do PRD, do Solidariedade, do PT e do União Brasil. Na suplência, estão os partidos: PP, na primeira suplência; PRTB, na segunda suplência; Republicanos, na terceira suplência; e PSDB, na quarta suplência.
O vereador Bruno Diniz, líder da bancada do MDB na Câmara, anunciou que os indicados do partido para a CEI serão os vereadores Pedro Azulão Jr. e Luan Alves. O líder do prefeito, Igor Franco (MDB), um dos mentores da CEI, era um dos cotados, mas decidiu recuar na investida de compor a comissão na tentativa de manter o cargo de líder do prefeito na Casa.
Líder da bancada do União Brasil — partido do prefeito Sandro Mabel — na Câmara, o vereador Denício Trindade anunciou que o vereador Lucas Kitão ocupará a cadeira do partido na comissão de inquérito.
Conforme a apuração da reportagem, o cenário mais provável é que o indicado pelo PRD seja o vereador Cabo Senna. O parlamentar é o autor do requerimento e sua indicação seria o “caminho natural”. A bancada da sigla — formada ainda pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo, e o vereador Markim Goyá — deve oficializar a escolha em breve. O Solidariedade e o PL, demais partidos com direito a indicação para composição da comissão de inquérito, ainda estão em discussão sobre os vereadores indicados.
Oposição na CEI
Único partido da oposição com direito a indicação na comissão, o Partido dos Trabalhadores (PT) irá compor a CEI na figura do vereador Fabrício Rosa ou da vereadora Kátia Maria. O cenário mais provável é que Rosa seja o indicado pela bancada petista.
A vereadora Aava Santiago (PSDB), que declarou publicamente a intenção de participar da CEI, ressaltou o interesse em integrar a comissão de inquérito e garantiu à reportagem do O HOJE que dialoga com “alguns partidos” para avaliar o “melhor caminho”.
O entendimento da oposição à gestão Mabel é que a atuação precisa acontecer para evitar que a CEI da Limpa Gyn tome rumos parecidos com o desfecho da CEI da Comurg, que ocorreu na gestão anterior, do ex-prefeito Rogério Cruz. Na época, a CEI terminou desmobilizada, já que os vereadores negociaram cargos com o Paço Municipal.
Discordância no MDB
Apesar de quatro dos oito vereadores do MDB assinarem o requerimento para instalação da comissão, a CEI não é unanimidade entre os parlamentares da sigla. O vereador Sargento Novandir (MDB), que já havia demonstrado seu descontentamento com a CEI no plenário da Casa, disse que buscou desarticular as assinaturas do MDB internamente na legenda, mas não obteve resultado. “Praticamente todo mundo irredutível”, afirmou o vereador à reportagem do O HOJE.
Novandir disse que foi convidado para compor a CEI no início da tramitação e recusou o convite. A partir disso, o vereador afirmou que não foi mais consultado sobre as decisões do partido a respeito do assunto. Para o parlamentar, a comissão não deve prosperar e terá fim rapidamente. Segundo Novandir, a CEI é utilizada para “pressionar e chantagear” o prefeito Sandro Mabel (União Brasil), já que alguns vereadores não estão satisfeitos com o espaço cedido no Paço. (Especial para O HOJE)
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