Bruno Goulart
Com uma população superior a 1,5 milhão de habitantes e representando mais de 20% do eleitorado goiano, o Entorno do Distrito Federal deixou de ser apenas um apêndice eleitoral em Goiás para se tornar protagonista nas articulações políticas de 2026. O consenso entre prefeitos da região é claro: quem quiser vencer a disputa pelo Palácio das Esmeraldas precisará, mais do que nunca, conquistar e representar politicamente o Entorno.
O atual vice-governador Daniel Vilela (MDB), com o apoio declarado do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), é hoje o nome mais articulado para a sucessão. Mas, a estratégia do grupo ainda não está tão bem definida: unir forças e ampliar a base aliada com um vice vindo da região do Entorno ou da região Sudoeste, onde o agronegócio é forte.
O prefeito de Valparaíso de Goiás, Dr. Marcus Vinícius (MDB), defendeu, ao O HOJE, uma composição que contemple a região. “Acredito que nossa região desponta com nomes com sustentação política e viabilidade para composição na chapa. O cavalo está selado, resta saber se haverá unidade dos líderes políticos para aproveitar essa oportunidade”, avaliou.
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Segundo ele, o deputado federal Célio Silveira (MDB) é “sem dúvida o mais cotado e com maior capilaridade política”, mas outros nomes também teriam musculatura para compor com Daniel. “O segundo nome acredito que seria Pábio Mossoró, que foi prefeito por duas vezes de Valparaíso e é secretário do Entorno hoje. Outros nomes como Zeli, Diego Sorgatto e Wilde Cambão também somam muito e agregam os eleitores do Entorno.”
Essa leitura é compartilhada pelo prefeito de Novo Gama, Carlinhos Mangão (PL), que aponta o Entorno como o “divisor de águas” da eleição. “Temos hoje seis deputados estaduais e dois federais eleitos no Entorno. Somos o segundo maior colégio eleitoral do Estado. Qualquer candidato visionário, seja da oposição ou situação, deverá olhar o Entorno com outros olhos”, pontuou.
Já o prefeito de Planaltina, Delegado Cristiomário (PP), vê maior probabilidade de uma composição majoritária com a situação: “A grande parte das lideranças do Entorno estão em volta do governador Caiado e da candidatura de Daniel Vilela. O mais importante não é o nome, mas a capacidade de junção mesmo. Precisamos continuar trabalhando no sentido de construir unidade da região no sentido de ter um espaço na chapa majoritária.”
Oposição
Na oposição, o senador Wilder Morais (PL) deve ser o nome na disputa ao governo. Após ruídos internos no PL, e a tentativa frustrada de aproximação entre Daniel Vilela e Jair Bolsonaro (PL) — articulada pelo vereador por Goiânia, Vitor Hugo (PL), que quase foi expulso por isso —, Wilder conseguiu se manter – ao que parece – como principal referência da direita bolsonarista no Estado.
Havia, nos bastidores, o temor de que Bolsonaro pedisse uma aliança do partido com Daniel, em Goiás, o que implodiria a candidatura de Wilder e deixaria o PL de fora na disputa pelo Palácio das Esmeraldas. Mas estão no jogo e não se sabe de onde virá o vice de Morais.
Enquanto a situação e a direita bolsonarista se movimentam, o PT ainda patina na escolha de um nome. Uma possível surpresa seria a vereadora Aava Santiago (PSDB), que mantém uma relação próxima com o presidente Lula e com a primeira-dama Janja da Silva. Nos bastidores, fala-se que o Planalto poderia dar a “bênção” à tucana para disputar o governo de Goiás com o apoio da base petista.
E um que deve voltar ao jogo é o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) que pode concorrer ao cargo.
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