A política nacional ganhou novos contornos na última terça-feira, 29, já que o União Brasil e o Progressistas (PP) acertaram a federação, que visa exponenciar a força dos partidos protagonistas do Centrão, e o PSDB e o Podemos deram início ao processo de fusão partidária, que promete dar sobrevida ao legado histórico dos tucanos.
A reunião que selou o acordo entre o União Brasil e o PP aconteceu no Congresso Nacional, com a presença de Antônio Rueda e Ciro Nogueira, mandatários das legendas. A federação, batizada de União Progressista, irá reunir a maior bancada na Casa Baixa, com 109 deputados, a segunda maior no Senado Federal, com 14 senadores, e será o partido com mais governadores (6), prefeitos (1.343) e vereadores (12.443) em todo o país.
Os números evidenciam a força política da nova aliança, que será comandada por Rueda e Ciro até dezembro, em uma copresidência. Anteriormente, o esperado era que o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), assumisse o comando da federação. Lira, assim como o vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, tiveram grande participação nas articulações para que a aliança fosse fechada.
Agora os partidos irão tratar dos estatutos das siglas e aprovarem, internamente em cada legenda, nas convenções partidárias. O rodízio no comando da federação também deve movimentar os filiados de União Brasil e PP. Além disso, Nogueira afirmou que o acordo sobre a ordem dos presidentes e a duração de cada mandato frente a aliança não foi definido.
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PSDB-Podemos
Enquanto isso, o PSDB e o Podemos avançaram de vez no processo de fusão. A Executiva Nacional do PSDB deu o aval para o processo, em reunião do tucanato na última terça-feira, 29. A fusão dará sobrevida aos tucanos, que lutam para manter a integridade do legado histórico da legenda.
Com a fusão, o PSDB sairá da zona de risco de extinção. A cláusula de barreira — que estabelece exigências de desempenho nas eleições para os partidos atingirem e, dessa forma, terem acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuita — ameaçava os tucanos. A cláusula visa reduzir o pluripartidarismo do país, incentivando alianças entre as siglas.
O PSDB e o Podemos terão, juntos, 33 deputados federais, 7 senadores, 2 governadores e 403 prefeitos, incluindo duas capitais (Palmas e Porto Velho). Para discutir eventuais mudanças necessárias no estatuto do partido para que a fusão ocorra, o presidente nacional dos tucanos, Marconi Perillo, convocou uma convenção nacional da sigla para o dia 5 de junho.
É dito, constantemente em entrevistas de Perillo e de demais lideranças tucanas, que o processo será uma fusão. Porém, conforme noticiado pela CNN Brasil, nos bastidores, é falado que o processo será, na realidade, uma incorporação e que o termo fusão estaria sendo utilizado para evitar desgaste com o tucanato. O “45” característico do PSDB deve ser substituído pelo 20 do Podemos, já que o partido presidido pela deputada Renata Abreu (SP) possui a prerrogativa de escolher o número a seu favor, definido pela quantidade de deputados de cada sigla — 20 do Podemos e 13 dos tucanos.
Vale ressaltar que existem diferenças nas alianças de União Brasil/PP e do PSDB/Podemos. Em resumo, a federação União Progressista pode ser desfeita após 4 anos e mantém a independência dos partidos, com a obrigatoriedade de caminharem juntos nas eleições. Já a fusão não pode ser desfeita e os partidos se tornam um só. (Especial para O Hoje)