A declaração final da cúpula do Brics, no último domingo (6), manifestou “profunda preocupação” e condenou a escalada de tensão no Oriente Médio, sobretudo devido ao ataque às instalações iranianas.
Embora o texto mencione as ofensivas que atingiram instalações nucleares e civis no território do Irã, o documento omite explicitamente os Estados Unidos e Israel como autores dos ataques — ainda que ambos tenham sido identificados como responsáveis pelos bombardeios.
O posicionamento mostra um equilíbrio diplomático delicado: o Irã, integrante pleno do bloco desde 2023, pressionou por citações diretas e contou com apoio da China e Rússia. Já países como Índia, Emirados Árabes e o próprio Brasil defenderam uma linguagem mais moderada para evitar que o Brics tivesse tom claramente anti-ocidental. A estratégia é evitar conflitos maiores com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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A omissão de EUA e Israel é vista como um gesto estratégico — ao condenar os ataques, mas sem se opor frontalmente a potências ocidentais. A nota também reforça a urgência de uma resposta diplomática multilateral e a proteção de infraestruturas civis e nucleares.
A reunião da cúpula do Brics está esvaziada pela ausência de lideranças importantes do bloco, como o presidente da China, Xi Jinping; o presidente da Rússia, Vladimir Putin; o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian; e o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi.
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