A volta de Jair Bolsonaro à política varia de acordo com os extremos, seus aliados querem que seja em 2026 e os inimigos, nunca mais. Entre os polos está a realidade das urnas e da Justiça. O HOJE fez um levantamento das pesquisas disponíveis na internet e as notícias são ruins para os adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No próximo ano estarão em disputa 54 das 81 cadeiras do Senado, que é onde serão votados eventuais processos de impedimento de ministros do Supremo Tribunal Federal, sonho dos bolsonaristas. Para tirar em definitivo um integrante do STF são necessários 54 votos, que atualmente não existem. E, de acordo com o estudo feito pela reportagem, vão ficar distante do esperado. A bancada que em agosto anunciou ter 41 assinaturas para abrir processo contra membro do Supremo, que acabaram resultando em nada, pode se resumir a 30 votos em 2027.
Bolsonaro em 2018
Encerram-se os mandatos dos eleitos em 2018, quando Bolsonaro ganhou do petista Fernando Haddad — Lula estava na cadeia em Curitiba (PR). Foi uma safra tão sofrível que sobraram poucos com chance de reeleição. Em Goiás e Distrito Federal, por exemplo, nenhum aparece nas pesquisas com perspectiva de vitória.
Jorge Kajuru e Vanderlan Cardoso, que levaram as duas vagas goianas, sofrem fora dos cinco primeiros lugares. Os brasilienses ficaram com Leila do Vôlei e Izalci Lucas, com pouco alento contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o governador Ibaneis Rocha, a deputada Bia Kicis e até outros menos cotados.
Dessas duas unidades da federação se extrai um retrato do restante do País: Kajuru e Vanderlan ganharam jurando amor a Bolsonaro, conseguiram depois virar lulistas fanáticos. Ou seja, a possibilidade de mudar de camisa foi de 100%. Em Brasília, é provável que ocorra o contrário. Leila foi eleita como esquerda e vai com ela à derrocada (a menos que ocorra uma zebraça e a ascensão de Lula a ice para posições melhores). Izalci saiu do tucanópolis para o PL de Bolsonaro e está na bica para ser vice de Celina Leão, vice de Ibaneis que vai assumir o cargo em abril e ser candidata à reeleição.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O deputado federal Eduardo Bolsonaro foi para os Estados Unidos e a bancada frouxa da direita se deixou levar no bico a tal ponto que o vacilante presidente da Câmara, Hugo Motta, tirou a liderança que alcançara. Caso ocorra o que a esquerda deseja, a cassação de Eduardo por falta, será um senador a menos fiel aos propósitos do pai. É o que pode ocorrer se Michelle sair de vice na chapa presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Na Região Sul, o resultado vai depender dos governadores do Paraná, Ratinho Júnior, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Se saírem à Presidência da República ou a vice, sobrarão duas vagas certas, pois não há a menor possibilidade de perderem para o Senado. Em Santa Catarina, as duas cadeiras serão ocupadas por bolsonaristas, possivelmente uma delas com um Bolsonaro, Carlos, que é vereador no Rio de Janeiro desde menino.
No Sudeste, está bem dividido, mas também permanece o suspense quanto às candidaturas de dois governadores, Romeu Zema, de Minas Gerais, e do fluminense Tarcísio de Freitas. Como você já leu aqui, Eduardo Bolsonaro será senador em circunstâncias normais de temperatura política e pressão eleitoral. A outra vaga ficaria com o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite. No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro terá uma vaga. A outra está reservada para Flávio Bolsonaro.
Nas demais regiões, contando os favoritos nas pesquisas, está o complemento dos 30 senadores bolsonaristas, conforme será mostrado em O HOJE na edição deste fim de semana.