Cabos de telefonia, internet e energia elétrica pendurados de forma desordenada em postes da capital colocam pedestres em risco constante. A denúncia foi feita, nesta sexta-feira (11), durante audiência pública na Câmara Municipal de Goiânia, promovida pela Comissão de Direitos do Cidadão, presidida pelo vereador Coronel Urzeda (PL).
Segundo Urzeda, o problema vai muito além da poluição visual: “Há uma malha caótica de cabos de telefonia, internet e elétrica, que estão oferecendo risco real de acidentes, choques, quedas de postes, ferimentos dos cidadãos e incêndios”. Para ele, é essencial discutir a prestação de serviços públicos básicos com foco na segurança da população. “A audiência é importante pois trata de informação de serviços públicos essenciais de segurança e qualidade para a população”, declarou.
Durante o encontro, representantes da Prefeitura, operadoras de telecomunicações, Defesa Civil e órgãos ambientais revelaram a gravidade do abandono dos fios e o impacto da atuação clandestina de empresas piratas. Luiz Eduardo, da Vivo, explicou que equipamentos têm sido vandalizados por criminosos que acreditam que os cabos são de cobre. “Depois percebem que são de fibra óptica e deixam hospitais, escolas e consumidores sem conexão”, alertou.
Leia mais: Petistas incentivam a denunciar “falsos patriotas”
Representando a Tim, Fabiana Arruda explicou que mesmo com contratos firmados com a concessionária Equatorial, a responsabilidade pela fiscalização dos cabos não cabe às operadoras: “Os 29 mil postes utilizados pela Tim são identificados e possuem contratos com a concessionária de energia elétrica, sendo que a obrigação de fiscalização e ordenação dos fios é da concessionária, a Equatorial, e não das operadoras de telefonia e internet”.
Ibraim Boufler, do Sindinformática, reforçou o apelo por ação mais efetiva da Equatorial: “Ela cobra das operadoras de telefonia e internet o aluguel dos postes, mas não fiscaliza e não retira os equipamentos das empresas piratas, que usam ilegalmente os postes, e acabam por produzir uma concorrência desleal”.
A diretora-geral do Samu, Jaqueline Leão, também participou da audiência, ao lado de representantes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, que alertaram sobre os riscos à integridade física dos cidadãos e obstáculos ao atendimento em emergências.
O colegiado anunciou uma série de encaminhamentos, entre eles:
Solicitação à Prefeitura para retomar a ação “Cidade Limpa, Cidade Segura”;
Proposta de criação de uma Comissão Especial de Inquérito para investigar o descontrole dos cabos e cobrar medidas da Equatorial;
Notificações oficiais às empresas de telecomunicação e energia;
Pedido ao Procon para autuar operadoras omissas;
Encaminhamento ao Ministério Público para investigação sobre os riscos à segurança pública.
A representante da Amma, Ana Paula, sugeriu que Goiânia adote fiação subterrânea, especialmente pela presença de vegetação urbana. “Essa fiação aérea gera conflito com a arborização de Goiânia”, afirmou. Ela ainda explicou que a agência vem substituindo espécies para evitar quedas durante chuvas.
A audiência, que também contou com os vereadores Cabo Senna (PRD) e Sanches da Federal, pode se tornar marco de pressão institucional por mais organização no setor e respeito à segurança da população.
O post Audiência pública em Goiânia escancara riscos causados por fios abandonados e pede responsabilização das empresas apareceu primeiro em O Hoje.