Bruno Goulart
A eleição para o Governo de Goiás em 2026 ainda está longe, mas as pré-campanhas já estão em andamento. A pesquisa Genial/Quaest, divulgada no dia 22 de agosto, mostra o cenário atual: Daniel Vilela (MDB), vice-governador, aparece na liderança com 26% das intenções de voto, em empate técnico com Marconi Perillo (PSDB), ex-governador, que vem logo atrás, com 22%, e Wilder Morais (PL), senador, tem 10%. Com a margem de erro de três pontos, Daniel e Marconi estão tecnicamente empatados, enquanto Wilder aparece mais atrás, mas com espaço para crescer.
Daniel Vilela
Daniel tem se beneficiado da força do governo de Ronaldo Caiado (UB), de quem é vice e aliado direto. Na prática, o emedebista aparece em praticamente todas as grandes inaugurações e anúncios do Estado. Só na última semana, participou da entrega de máquinas agrícolas do programa Mecaniza Campo para 14 municípios, confirmou a duplicação da BR-153 em evento com o ministro dos Transportes, Renan Filho, inaugurou um novo sistema de abastecimento de água e casas populares em São Luís de Montes Belos, entregou o complexo de delegacias em Caldas Novas e anunciou a duplicação da GO-010.
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Essas ações reforçam a imagem de Daniel como alguém que está presente na entrega de obras e programas em todas as regiões. Assim, ao que parece, a estratégia do vice tem sido mostrar trabalho e associar sua imagem à de Caiado, que deve encerrar o mandato com boa popularidade. O desafio, porém, será criar identidade própria e não parecer apenas dependente do atual governador.
Marconi Perillo
Já Marconi aposta em outro caminho. O tucano tem usado as redes sociais para relembrar programas e obras que marcaram seus quatro mandatos, como o Bolsa Universitária (que inspirou o Prouni), o Restaurante Cidadão (hoje Restaurante do Bem), a Rede Vapt Vupt e as duplicações de rodovias. Ao mesmo tempo, critica o governo de Caiado em temas como atrasos no pagamento das datas-base da segurança pública, falhas no atendimento do Vapt Vupt e até suspeitas de superfaturamento em obras.
Além da presença on-line, Marconi voltou a rodar o interior para reorganizar sua base política e mostrar que ainda tem força. Sua narrativa está amparada na memória de realizações de seu governo e críticas ao seu maior adversário. O risco é que essa estratégia seja vista apenas como um retorno ao passado se não conseguir apresentar propostas novas e atualizadas para o futuro de Goiás.
Wilder Morais
O senador Wilder Morais aposta no reconhecimento como parlamentar atuante. Foi eleito o melhor senador de Goiás pelo Prêmio Congresso em Foco — pela quarta vez — e também está entre os três melhores do Centro-Oeste. Esse título reforça sua imagem de político que trabalha. Além disso, o presidente estadual do PL tem investido em entregas por meio de emendas parlamentares: motoniveladoras, tratores, caminhões-pipa, caminhonetes e escavadeiras chegaram a diversas cidades graças a recursos destinados por Wilder. Somente em anúncios nos últimos dias, já são mais de R$ 2,6 milhões aplicados.
Apesar disso, Wilder aparece atrás na pesquisa e é visto nos bastidores como alguém que precisa se animar mais para a disputa. Aliados do PL, como o deputado estadual Paulo Cézar Martins, defendem que o senador tem todas as condições de ser candidato, mas precisa ampliar o diálogo político e montar chapas fortes nos municípios. Agora, o desafio do parlamentar é transformar sua boa reputação no Senado e as entregas de emendas em uma narrativa eleitoral que empolgue os eleitores.
O que está em jogo
As três principais pré-campanhas mostram caminhos diferentes: Daniel Vilela aposta na força das entregas do governo Caiado, Marconi Perillo se apoia em sua história e críticas ao presente e Wilder Morais busca ganhar espaço ao mostrar resultados como senador. Quem se comunicar melhor com o eleitorado pode sair na frente rumo a 2026. (Especial para O HOJE)
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