O senador Vanderlan Cardoso (PSD) informou à imprensa goiana, nesta quinta-feira (26), que vai protocolar na terça-feira (1º/7) o pedido de licença não remunerada do Senado Federal pelo período de 120 dias. Ao O HOJE, o parlamentar disse o motivo do afastamento. “Para ter mais tempo de visitar os municípios onde tem entrega de benefícios.” E completou: “E para resolver questões referentes à expansão da empresa”.
Ao ser questionado se o motivo das visitas aos municípios seria por uma possível candidatura em 2026, Vanderlan respondeu: “Também. Foco na reeleição”. No entanto, a licença pode ter relação com outros interesses, como a sua aproximação com a base caiadista. Afinal, é de amplo conhecimento que a segunda vaga ao Senado da majoritária esteja extensivamente disputada pelos partidos e as suas lideranças.
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Para dar embasamento à tese, deve-se observar que durante o período de afastamento de Vanderlan, o mandato será exercido pelo 1º suplente, o ex-deputado federal Pedro Chaves (MDB), que assume a cadeira no Senado. “Com o compromisso de dar continuidade ao trabalho já em andamento em favor de Goiás e de seus municípios”, apontou na nota oficial. Chaves atua como chefe de gabinete do vice-governador Daniel Vilela (MDB), que é o sucessor, desde o primeiro momento, do governador Ronaldo Caiado (UB). Com a ida à Casa Legislativa, obviamente, se afastará da função.
Base caiadista
A aproximação de Vanderlan com a base começou ainda nas eleições municipais de 2024. De forma mais específica, no decorrer da campanha do prefeito de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB). Até antes da eleição, o político era tido como uma espécie de ‘persona non grata’ no Palácio das Esmeraldas. Interlocutores afirmavam que o governador Caiado não permitiu qualquer tipo de acordo ou aproximação com ele naquele momento.
Nesse sentido, essa mudança de postura começou quando Vanderlan se aproximou do Leandro e, por meio dele, chegou o Daniel, que é o pré-candidato ao governo — e escolha natural da base. Desde então, Vanderlan tem articulado para conquistar a segunda vaga ao Senado dentro da base de Caiado e Daniel.
PSD e MDB
Outro fator decisivo ocorreu recentemente com a entrada de Gustavo Mendanha no PSD, que fortaleceu, ainda mais, a ligação do partido com a base governista. A filiação teve a presença do cacique da sigla, Gilberto Kassab. A presença demonstra que o partido enxerga a aliança como um passo estratégico para os seus planos no Estado.
Agora, Vanderlan se afasta para abrir espaço ao seu primeiro suplente — um nome ligado ao MDB. Isso pode revelar a existência de um possível acordo por trás do gesto. Não se pode afirmar com certeza, mas, com esse afastamento, o MDB passa a ter um certo débito político com Vanderlan, o que reforçaria os laços entre PSD e MDB. O próprio Vanderlan já havia indicado que a tendência natural seria o PSD caminhar junto com o MDB — e esse movimento concretiza essa previsão.
Declaração
O senador Vanderlan Cardoso afirmou que a sua licença se embasa na justificativa de tratar de interesses particulares, conforme prevê o Regimento Interno do Senado Federal. Em nota, o político destacou que se licencia com tranquilidade e confiança plena na experiência e capacidade técnica e política de Pedro Chaves, que tem acompanhado de perto as ações do mandato e está plenamente alinhado com as prioridades definidas para o Estado de Goiás. O retorno ao Senado está previsto para o final do prazo da licença, em 120 dias, contados a partir do dia 1º de julho de 2025.
“A certeza de que Pedro Chaves manterá o foco no desenvolvimento de Goiás e nas pautas municipais me permite dedicar esse período à intensificação das visitas aos municípios para entregar benefícios e também à resolução de questões ligadas às minhas empresas, com a atenção que esses temas exigem”, afirmou o senador. (Especial para O Hoje)
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