Duas decisões o governador Ronaldo Caiado tem repetido à exaustão neste outubro: 1ª) de forma alguma vai deixar de ser candidato pelo União Brasil à Presidência da República; 2ª) seu vice será o cabeça de chapa da base INTEIRA (e fala com ênfase, de tal modo que se fosse escrever seria em maiúsculas, mais conhecidas como caixa alta). Falta ao líder goiano anunciar a 3ª) quem vai acompanhar Daniel. Se a convenção dos partidos aliados do governo estadual fosse realizada hoje, o nome seria José Mário Schreiner. É mais uma decisão para sair neste ano e está tomada.
Outros políticos disputam a primazia, como Paulo do Vale, grande liderança do Sudoeste, ex-prefeito e atualmente secretário municipal em Rio Verde, pai do deputado estadual Lucas do Vale. Mais um lembrado é Pedro Sales, presidente da Goinfra, a agência responsável pelas construções e pela reconstrução do Estado. Tem também Adib Elias, secretário de Infraestrutura, maior líder do Sudeste, ex-prefeito de Catalão. Adriano Rocha Lima, o rosto por trás dos projetos de inovação do governo.
Além das próprias, Zé Mário reúne as qualidades dos demais lembrados para vice: é do Sudoeste, como Paulo do Vale; trabalha para refazer e duplicar rodovias, como Pedro Sales; foi o deputado federal da infraestrutura, com emendas e projetos; em dois dos órgãos que comanda, o Senar e o Sebrae, trata a inovação como prioridade.
As demonstrações de companheirismo de Schreiner para Caiado atingiram o Everest nas eleições de 2014, quando os dois amigos inseparáveis, lutando pela vida política e o pão de cada voto, foram vitimados pelas coligações e ficaram separados. O PSD de José Mário, mesmo depois da promessa da então senadora Kátia Abreu, não ficou na mesma chapa do amigo, que tentava o Senado. Os dois permaneceram fiéis um ao outro. E passaram das nuvens na votação do projeto de combate à burocracia, que a narrativa da esquerda apelidou de “taxa do agro”. Os dois maiores líderes do setor aguentaram o bombardeio, distantes dos lacradores.
Sem ter mais que provar nada a ninguém, José Mário deu a Rio Verde a maior demonstração de bondade que o município já viu: um mandato de parlamentar no Congresso Nacional. A Capital do Agro estava sem representante em Brasília e Schreiner transferiu suas bases para a então vereadora Marussa Boldrin, agradando a todos os públicos: às mulheres, ao Sudoeste, aos profissionais do campo.
Outras duas bandeiras que pode acrescentar ao cabedal de Daniel Vilela são a educação, sobretudo a profissional, e a universalização da saúde pública. Nenhuma outra pessoa de Goiás, nos três séculos desde que os bandeirantes vieram aqui garimpar, formou tantos jovens quanto José Mário. Do tratorista ao fazedor de queijo. Da tecnologia à sabedoria popular. Do adolescente aos idosos. Da agricultura familiar à produção bilionária de grãos. Com isso, a agropecuária goiana multiplicou seus índices de produção e produtividade.
Após os treinamentos oferecidos pelo Senar, o mesmo agricultor quintuplica as sacas de milho no mesmo espaço plantado, o mesmo vaqueiro multiplica por dez os litros de leite com o mesmo rebanho. Na área de saúde, só o governo estadual consegue ter números mais grandiosos que os do Campo Saúde, um programa implantado por José Mário na Faeg e no Senar para fazer os melhores profissionais e que os mais modernos equipamentos cheguem a todos os cantos de Goiás. Caiado regionaliza a saúde, Schreiner a espalhas pelas estradas vicinais.
Pode ser que o anúncio demore, pode ser que surjam outros nomes, pode ser que José Mário e Caiado entendam que a opção seja outra. Mas se a convenção fosse antes do aniversário de Goiânia, o presente para o futuro dado pelos aliados do governador seria do maior entusiasta que o grupo já teve.
Mais uma novidade para a chapa proporcionada pela presença de Schreiner seria a nacionalização. Quem frequenta a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA – mudaram o nome, mantiveram a sigla) sabe que não existe figura maior no campo nacional que a de José Mário Schreiner. Pode não ser o presidente da entidade, e não é, mas surpreende a cada dia por ser o mais procurado – e é.
Seus cargos de hoje podem rivalizar com o de vice-governador, porém, se seu amigo Caiado calculou a qualificação da chapa a partir do companheiro de Daniel, a solução nova é de um velho conhecido que chegou de Santa Catarina para Mineiros e só sai de Goiás para brilhar nos quatro cantos do Brasil – igual a seu amigo de luta nos tratoraços, aquele da perna fina que chegou ao governo do Estado e o vice de Daniel pode ajudar a chegar ao governo do País.