O vulcão Krasheninnikov, localizado na península de Kamchatka, no leste da Rússia, entrou em erupção neste domingo (3), após permanecer adormecido por mais de 450 anos. A última atividade registrada no local datava de 1550, segundo o Programa Global de Vulcanismo do Instituto Smithsonian. O evento ocorre poucos dias após um dos terremotos mais fortes já registrados na região, aumentando a preocupação das autoridades.
Imagens divulgadas pela mídia estatal mostram uma densa coluna de cinzas se elevando a cerca de 6 mil metros de altitude. O Ministério de Situações de Emergência de Kamchatka informou que a nuvem segue em direção ao Oceano Pacífico, sem passar por áreas povoadas, e que não houve registro de queda de cinzas em localidades habitadas. O órgão emitiu um código de risco “laranja” para aviação, o que significa que voos podem ser impactados devido à atividade vulcânica.
As autoridades alertaram que a zona próxima ao vulcão está restrita e recomendaram que visitantes evitem se aproximar da área. A região ao redor é composta por campos de cinzas e lava, sem vegetação densa, o que reduz o risco de incêndios naturais. Equipes monitoram a situação de forma contínua, e até o momento, não há ameaça direta à infraestrutura ou à população local.
O fluxo de lava desce pela encosta sudoeste do Krasheninnikov, alcançando uma extensão de 2,7 quilômetros. A montanha, com 1.856 metros de altitude, está situada a cerca de 13 quilômetros ao sul do Lago Kronotsky, dentro da Reserva Natural Kronotsky, um dos pontos de preservação ambiental mais importantes do Extremo Oriente russo.
A erupção do Krasheninnikov sucedeu a atividade de outro vulcão na região. Na última quarta-feira (30/7), o Klyuchevskoy, considerado o vulcão mais ativo da Europa e da Ásia, também entrou em erupção. O Klyuchevskoy é conhecido por sua frequência eruptiva, com ao menos 18 episódios desde o ano 2000, segundo dados do Instituto Smithsonian.
Ambas as erupções ocorreram na sequência de um potente terremoto que atingiu Kamchatka em 30 de julho. O tremor de magnitude 8,8, um dos mais fortes já registrados na península, provocou alertas de tsunami e levou à evacuação de áreas costeiras em países como Japão, Havaí e Equador. Na Rússia, o porto de Severo-Kurilsk foi um dos locais mais afetados, com relatos de ondas que submergiram uma fábrica de pesca.
Após o abalo principal, um segundo terremoto, de magnitude 7,0, foi registrado ao largo da costa de Kamchatka e das Ilhas Curilas. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) confirmou o tremor, mas o alerta de tsunami foi suspenso sem registros de danos adicionais.
O vulcão Krasheninnikov, que leva o nome do explorador russo Stepan Krasheninnikov, faz parte da Cintura Vulcânica Oriental, uma das áreas de maior atividade sísmica e vulcânica do mundo. A reserva onde está situado é monitorada por especialistas do Instituto de Vulcanologia e Sismologia da Academia Russa de Ciências.
Segundo um comunicado oficial da administração da Reserva Kronotsky, foi observada precipitação de cinzas em algumas regiões da tundra, mas sem impacto significativo na fauna, flora ou nos trabalhadores do parque. “O estado do vulcão está sendo monitorado. Não há ameaça à vida do pessoal da reserva, das infraestruturas e das povoações próximas”, afirmou a nota.
O Ministério das Emergências da Rússia mantém equipes de resposta de prontidão e reiterou que não há necessidade de evacuações adicionais. As autoridades também destacaram que, embora o risco imediato de impacto em áreas habitadas seja baixo, a situação continua sendo analisada em tempo real.
O post Vulcão na Rússia entra em erupção após 450 anos apareceu primeiro em O Hoje.