O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os dias de Nicolás Maduro no comando da Venezuela “estão contados”. A declaração foi dada em entrevista à emissora americana CBS e intensificou o clima de tensão entre Washington e Caracas. Quando questionado se o líder venezuelano estaria perto de deixar o poder, Trump respondeu: “Diria que sim, acho que sim.”
Durante a entrevista, Trump afirmou que a Venezuela “tem nos tratado muito mal, não só em relação às drogas”, e acusou o país de enviar “pessoas das prisões” para os Estados Unidos: “Eles despejaram centenas de milhares de pessoas em nosso país que não queríamos, pessoas das prisões. Eles esvaziaram suas prisões em nosso país”.
Ao ser indagado sobre a possibilidade de ataques terrestres contra a Venezuela, Trump evitou confirmar ou negar. “Porque eu não falaria para uma repórter o que eu atacaria”, afirmou, recusando-se a detalhar eventuais planos de ofensiva. As declarações ocorreram em meio à crescente mobilização das forças militares dos Estados Unidos no Caribe.
Operações sob ordem de Trump no Caribe e no Pacífico
No mês anterior, Washington havia iniciado a ofensiva naval no Caribe e no Pacífico Oriental, que já resultou em pelo menos 60 mortes, segundo estimativas divulgadas pela imprensa internacional. A operação foi lançada após o governo norte-americano acusar Maduro de comandar cartéis de drogas, alegação rejeitada por Caracas. O governo venezuelano diz que os Estados Unidos buscam se apropriar das riquezas do país e criar um pretexto para uma intervenção.
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Entre domingo e quinta-feira (30), um navio de guerra norte-americano participou de exercícios conjuntos em Trinidad e Tobago, o que foi classificado pelo governo venezuelano como “provocação militar”. Um vídeo divulgado pelo Comando Sul dos Estados Unidos mostra fuzileiros realizando operações com fogo real no mar do Caribe. No comunicado, o órgão afirmou que as forças estão na região para “interromper o tráfico ilícito de drogas e proteger o território americano”.
O reforço militar inclui destróieres lançadores de mísseis, caças F-35, um submarino nuclear e milhares de militares. Desde setembro, mais de dez embarcações suspeitas foram bombardeadas. Autoridades de defesa ouvidas pela imprensa norte-americana afirmam que o objetivo final da campanha seria derrubar o governo de Nicolás Maduro.
Cartaz de recompensa por Maduro (Foto: Reprodução)
Ataques como “execuções extrajudiciais”
A Organização das Nações Unidas pediu o fim imediato dos ataques norte-americanos. Em comunicado, o alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, classificou as ações como “execuções extrajudiciais”. Segundo ele, “esses ataques, com seu crescente custo humano, são inaceitáveis. Os Estados Unidos devem pôr fim a tais ataques e tomar todas as medidas necessárias para evitar as execuções extrajudiciais de pessoas a bordo dessas embarcações”.
A Colômbia também se manifestou, chamando os bombardeios de execuções extrajudiciais. O governo venezuelano reforçou que a operação representa uma tentativa de mudança de regime. Apesar das críticas internacionais, o Pentágono divulgou poucas informações sobre as ações, sem detalhar a quantidade de drogas apreendidas nem a identidade dos mortos.
Na sexta-feira, Trump declarou que não planeja atacar a Venezuela, negando informações publicadas pelo The Wall Street Journal, que havia relatado estudos sobre possíveis bombardeios a bases militares venezuelanas. Pouco depois, o governo norte-americano confirmou o envio do grupo de ataque do porta-aviões Gerald R. Ford ao Caribe, ampliando a presença militar na região.










