A Ucrânia voltou a ser alvo de uma ofensiva russa de larga escala na madrugada desta quarta-feira (22). Mais de 400 mísseis e drones foram lançados em diferentes regiões do país, deixando sete mortos, entre eles duas crianças, e dezenas de feridos. A ofensiva ocorreu pouco depois de Washington e Moscou interromperem a negociação para um novo encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin sobre o fim da guerra.
Segundo o presidente Volodymyr Zelensky, os ataques atingiram simultaneamente Kiev, Kharkiv, Sumy, Odessa, Chernigov, Dnipro, Quirivogrado, Poltava, Veneza, Zaporizhzhia e Chercássi. Cortes de energia foram registrados em todo o território. O Exército informou que a Rússia utilizou 405 drones e 28 mísseis, dos quais 333 drones e 16 mísseis foram interceptados.
Equipe de resgate ucraniana combatendo incêndios resultantes da ofensiva russa (Foto: Serviço de Emergência Estadual da Ucrânia)
Em Kiev e arredores, seis pessoas morreram e cinco ficaram hospitalizadas. Outra morte foi confirmada em Kharkiv. O prefeito Vitali Klitschko relatou incêndios em diversos bairros da capital. Em Sumy, nove pessoas ficaram feridas após um drone atingir uma avenida movimentada. Na região de Zaporizhzhia, 13 moradores foram atingidos, segundo o governador Ivan Fedorov.
Guerra Rússia-Ucrânia sem perspectiva de fim
Zelensky afirmou que “outra noite prova que a Rússia não sente pressão suficiente para encurtar a guerra” e descreveu a ofensiva como “uma cusparada na cara de todos que insistem numa resolução pacífica”. Ele citou o bombardeio a um jardim de infância em Kharkiv, que deixou cinco crianças feridas, e disse que “não há justificativa para um ataque de drone a um jardim de infância, nem jamais poderá haver”.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou o bombardeio, alegando ter atingido “instalações de infraestrutura energética ligadas ao complexo militar-industrial da Ucrânia” com mísseis hipersônicos e drones.
Na véspera dos ataques, a Casa Branca e o Kremlin haviam cancelado a perspectiva de uma cúpula entre Trump e Putin, após o norte-americano ter afirmado na semana passada um encontro com o líder russo em Budapeste.