Nesta quinta-feira (24), o planeta chega a um ponto em que os recursos naturais disponíveis para todo o ano de 2025 já foram consumidos. O marco, batizado de Dia da Sobrecarga da Terra, é calculado pela organização Global Footprint Network e representa o momento em que a atividade humana ultrapassa a capacidade dos ecossistemas de se restabelecerem dentro de um único ano.
Os dados de 2025 indicam que a humanidade está explorando os recursos da Terra a uma velocidade 1,8 vez superior à que a natureza consegue regenerar. O excesso se expressa em múltiplas frentes: desde a emissão de CO2 além do limite de absorção da biosfera até o uso desproporcional de água doce, a exploração intensiva de florestas e a sobrepesca.
Com isso, o planeta opera em um “déficit ecológico”, recorrendo a reservas naturais que não serão repostas no curto prazo. Embora o calendário do Overshoot Day varie a cada ano, a data de 2025 é a mais antecipada já registrada. A Global Footprint Network alerta que, embora o marco costume cair sempre entre julho e agosto, a estabilidade no calendário não reflete redução na pressão ambiental, ao contrário, os impactos negativos vêm se acumulando.
A sobrecarga é desigual: enquanto países como o Catar atingem esse limite já em fevereiro, outros, como o Uruguai, só o alcançam em dezembro. A distribuição do consumo revela disparidades no acesso aos recursos e expõe vulnerabilidades em escala global.
A associação portuguesa Zero destaca que a situação exige uma mudança profunda nos padrões econômicos, com foco em justiça intergeracional, bem-estar social e sustentabilidade real. Organizações civis já propõem legislações que protejam o direito das futuras gerações e incorporem limites ecológicos às decisões políticas.
A Global Footprint Network alerta: se não houver reação urgente, os efeitos da sobrecarga, como inflação, colapsos ambientais e instabilidade social, podem se intensificar, afetando diretamente a qualidade de vida no planeta.
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